O Estado procura garantir a igualdade de direitos e a segurança da população por meio do monopólio da violência legitimada. Sabemos que na prática, governos que desrespeitam os direitos humanos, ditaduras, esquemas de corrupção subvertem essa lógica.
Da mesma forma, a escola não pode, por analogia, fazer com que o professor tenha o monopólio do saber legítimo. Se fizer isso, a lógica também será corrompida no momento em que suas convicções pessoais tomam ares de verdade irrefutável. Em especial crenças religiosas.
É preciso que o professor respeite a diversidade de ideias de seus alunos, excluindo somente ideologias voltadas para o ódio contra grupos ou raças. Assim, não deve colocar sua religião como modo de influenciar os alunos em seu íntimo. Isso é um desrespeito à educação familiar e um crime contra o jovem, suscetível de ser influenciado pelo professor.
Rezas antes do início da aula, uso de símbolos religiosos em sala de aula, cultos religiosos na escola, tudo isso não combina, exceto com colégios confessionais. Ao ser permitido que estas crenças sejam violentamente impostas aos alunos, a escola está produzindo a identidade e a diferença, proliferando a discriminação das exceções e indo na contramão da educação democrática e dos direitos humanos.