sábado, 29 de outubro de 2011

27: Práticas de cidadania

A Professora Patrícia procura instrumentalizar nesta aula aqueles que desejam realizar alguma prática cidadã em comunidades carentes ou em grupos culturais muito específicos.

O primeiro ponto levantado, de grande importância, é que não basta o projeto ser bem elaborado e ter embasamento científico. É preciso antes fazer um reconhecimento dos valores e da mentalidade da comunidade. Por mais que o projeto esteja bem montado, ele pode entrar em choque com as ideias enraizadas e até ser boicotado por parte da população local.

Depois do reconhecimento, é necessário estabelecer parcerias com lideranças e representantes locais que possam auxiliar na aproximação com a população. É importante demonstrar para estes representantes como o projeto é importante e pode ajudar aquela comunidade.

Junto com os representantes e com todo o embasamento formado a partir do reconhecimento da comunidade, devem ser focadas as necessidades reais daquela população e daquele local. Deve ser questionado: "quais são as demandas?"

Problematizando as demandas, é possível procurar soluções e aplicar efetivamente o projeto, consolidando a prática da cidadania, afetando positivamente a comunidade com os valores democráticos e promovendo uma sociedade mais justa.

26: Estratégia de Projetos e Educação em Valores

Esta é uma continuação da aula anterior. Aqui, compreendemos mais especificamente como as disciplinas se subordinam ao projeto transversal e ajudam a trabalhar os valores no aluno.

Temos o exemplo da matemática no cálculo de renda per capta e outros valores econômicos, inclusive para doação de brinquedos para outras crianças. A língua portuguesa serviu para que os alunos conseguissem desenvolver histórias em que narravam a problemática do trabalho infantil e as soluções possíveis, assim como a elaboração de poemas enviados por carta para outros alunos. 

O mais importante nestes exemplos é compreender que o espírito desta atitude é fazer com que a disciplina ganhe sentido ao estar voltada para um projeto que tem relação com a realidade e com os problemas sociais, despertando nos alunos a consciência e os valores necessários para a convivência democrática e a não aceitação das injustiças.

25: Estratégia de Projetos e a Construção da Rede

Esta aula concretiza os conceitos formados durante as outras aulas da disciplina, sobre como utilizar a estratégia de projetos, demonstrando que deve envolver toda a comunidade escolar.

A equipe escolhe um tema amplo, relacionado com os valores que se quer trabalhar. A partir daí apresenta o tema aos alunos para que eles demonstrem em quais áreas têm mais interesse e os docentes devem orientar os alunos a formularem perguntas, problemáticas sobre o que mais lhes despertou curiosidade.

Neste momento, o planejamento das aulas não será mais individual e separado hermeticamente em disciplinas, mas em forma de rede, tendo como núcleo o projeto e expandindo para as áreas disciplinares, que estarão articuladas entre  si para ajudar a responder as problemáticas levantadas.

Esta é uma forma de trabalhar a transversalidade sem cair em temas superficiais e mantendo a ligação entre as disciplinas. É um modo de somar a facilidade de se dividir o conhecimento em partes disciplinares, o tal do "pensamento simplificador", só que sem perder de vista que a realidade não é disciplinar e por isso o projeto, o ponto central do estudo, não é fatiado em disciplinas, apenas as utiliza.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

28: O fenômeno do Bullying

O bullying é um termo em inglês que não tem um paralelo na língua portuguesa. No contexto usado na aula, podemos definir como um tipo de ação, contínua, em que há violência de um ou mais alunos contra algum outro aluno.  Esta violência pode ser direta, como em caso de agressão física ou roubo ou indireta, como difamação ou fofoca. É preciso ressaltar que uma ação casual e isolada não constitui o bullying.

Uma característica importante é que o bullying normalmente acontece sem motivação. Ele surge pelo estranhamento de alunos que fogem ao padrão, seja em comportamento, aparência física ou mesmo classe social. Entretanto, distúrbios de comportamento, como hiperatividade de algum aluno, pode levar os colegas a praticarem bullying com ele, em especial se a vítima estiver em situação indefesa.

Tradicionalmente, as crianças e adolescentes acreditam que este fenômeno é inevitável e que é preciso conviver com ele. O que se defende é que com uma educação que trabalhe valores e o respeito o bullying acaba perdendo o terreno fértil e muito embora seja inevitável que existam brincadeiras entre os alunos, a prática constante de humilhação e agressão contra uma vítima específica será muito dificultada pelo próprio ambiente escolar, inclusive pelo clima de respeito mútuo que se cria entre os próprios alunos.

23: Assembléias escolares e democracia escolar

A Escola Comunitária de Campinas tem um projeto em que os alunos podem opinar e discutir por meio de Assembleias, organizadas com regras onde o aluno aprende a esperar sua vez de falar, escutar os colegas e resolver problemas pelo diálogo.


É mostrado um exemplo onde se discute o preço dos lanches da cantina. Um incauto poderia definir que a Assembleia fracassou ao não conseguir negociar os preços com o cantineiro. Contudo, é preciso compreender que o método de trabalho democrático não mede seu êxito pelo sucesso desta ou daquela proposta e sim por semear os valores da convivência democrática entre os alunos e toda comunidade escolar.

Devemos ressaltar que no decorrer do processo que levou os alunos a conversarem com o dono da cantina, eles discutiram temas voltados para a economia, logística, matemática e puderam compreender melhor como funciona a sociedade, relacionando estes temas com a realidade, diferente do método comum da educação brasileira, onde estes assuntos seriam trabalhados fatiadamente em disciplinas.

Algo interessante que é levantado nesta aula é que a Assembleia é fruto de todo o trabalho democrático na escola. Ele coexiste com toda a estrutura escolar voltada para este paradigma. Não se pode implementar a Assembleia abruptamente em um ambiente acostumado com a educação tradicional porque ela não seria compreendida e não resolveria eventuais problemas disciplinares.

Necessário também é preparar toda a equipe docente e demais funcionários para uma realidade onde eles poderão ser contestados, ainda que educadamente, pelos alunos. É preciso que toda a comunidade, e não só os estudantes, se acostumem e compreendam o projeto da escola.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

22: Prática de projetos e transversalidade em sala de aula: questões de Gênero no cotidiano escolar

Esta aula é a primeira a abordar as questões de gênero na educação, o que é curioso já que o tema está no cerne da discussão de valores na sociedade.

Uma Professora que participou de alguns instantes da aula disse que homens e mulheres são iguais e por isso devem ser tratados igualmente. Concordo com a igualdade de tratamento, mas penso que existem diferenças entre os gêneros. Podemos perceber que a constituição física não é idêntica e estudos neurológicos defendem que homens e mulheres não pensam e não usam os sentidos da mesma forma.

A questão então é não negar as diferenças, mas apontar que elas não devem ser justificativa para o machismo e nem ao menos para que manter a visão sexista que a Professora critica no final da aula, sobre as filas de alunos separadas entre meninos e meninas. Estas são visões que devem ser superadas e o trabalho educacional é parte importante para formar uma sociedade em que a mulher não seja explorada ou vista como menos capaz. 

Vejo que a aula, porém, limita o tema de gênero e que poderia se expandir para pontos que estão sendo cada vez mais discutidos em todos os espaços, inclusive a escola, como a homofobia e os direitos dos homossexuais.

21: Sentimentos e afetos como tema transversal

Nesta aula, a sensibilização do aluno por meio do foco em sua dimensão afetiva é discutida como parte da estratégia de projetos.

O objetivo é fazer com que os alunos saibam lidar com seus sentimentos no âmbito dos seus valores, de modo a que compreendam seus valores e possam relacioná-los com a cidadania. Uma das formas de se chegar a isso é compreender os diversos tipos de sentimentos, como em um exemplo onde a professora problematiza a reação que os alunos dizem ter a cada sensação.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

24: Diversidade/pluralidade cultural na escola

A Professora Daniele trata da pluralidade cultural nas escolas brasileiras. Em um dos momentos mais elucidativos da aula, é apontado que três atitudes abordam de maneira insuficiente ou mesmo completamente fora das noções democráticas o assunto.

1. Encarar a diferença no outro como fonte de mal, como algo a ser corrigido, como um defeito.

2. Encarar o outro de forma estereotipada e exótica, como se ele fosse o modelo ideal de determinada cultura. Por exemplo, um aluno de família com traços étnicos-culturais diferentes da maioria da classe como se ele fosse a representação daquela cultura diferente e não como se ele, tal como os demais, fosse influenciado por diversas culturas com as quais ele interage. 

3. Ver a diferença como algo apenas a se tolerar. A tolerância é importantíssima como passo inicial para a convivência, mas não se pode limitar a ela. É necessário partir da tolerância para a compreensão do outro e de seus valores.

A convivência democrática dentro da pluralidade cultural é tema muito rico para ser trabalhado de forma transversal na escola. Considero pertinente ao assunto o texto de Julia Antoun, que diz aquilo que eu mesmo argumentaria:


Tolerância faz a gente melhor?
por Julia Antoun, segunda, 17 de outubro de 2011 às 01:58

Não faz muito tempo, uma professora que admiro muito dava sua aula sobre os ideais humanistas do século XVIII, e estava fazendo uma comparação com os nossos anseios atuais. As palavras de ordem humanistas que mais emitimos embusca da evolução consciente coletiva. Até que alguém soltou a palavra "Tolerância".

Ela disse: "Isso! Tolerância. Odeio essa palavra, mas sim, Tolerância! Pensamento muito vigente!"

Por muitos segundos, fiquei em choque. Como assim a professora odiava essa palavra? O que a faria odiar?
Tolerância é, com certeza, um dos conceitos mais em voga na nossa sociedade. Tolerância é tida como a palavra de ordem anti-preconceito. Anti-preconceito de tudo. Xenofobo, homofóbico, nazi-fascista, inter-racial, social, econômico, comportamentos, manias... Tudo.

Tolerância é o que se exige para que todos possam conviver com suas diferenças.

Mas a professora continuou, desafogando-me um pouco do que ela quis dizer, mas insistindo em me instigar:
"Sério, como odeio essa palavra. A gente não tem que tolerar. A gente tem que entender. Quem 'tolera', não aceita. E as coisas que se supõe que deve haver tolerância não são refletidas, só são tratadas como algo que se deve engolir. A tolerância cega as pessoas. Quem não quer aceitar, se sente pressionado a tolerar, para não passar por intolerante, algo feio, segundo a sociedade. Tolerância é máscara dos preconceitos. Ao invés de extirpá-los, as pessoas fingem que está tudo bem. Até alguém não fingir, e matar outra pessoa por ser diferente do mundo do assassino".

Bingo.

Aquilo fez muito sentido. A aula continuou, eu tentei sossegar um pouco meus pensamentos pra prestar atenção na matéria. Mas assim que saí de lá, e até hoje, essas palavras retumbam na minha cabeça.
Porque eu fiquei incomodada. Apesar daquilo fazer muito sentido, ser um ponto de vista inegavelmente inteligente e bonito, e eu de certa maneira concordar, fiquei pensando porque aquilo ainda tinha um tom radical pra mim.


A conclusão a que cheguei pode ser óbvia, mas ela passou por alguns testes até ser de fato clara, e não auto-enganadora (ou assim eu me sentir.). Algo que me tranquilizasse.

Quando a professora pensava na Tolerância, pensava nas pessoas aceitando o conceito goela abaixo, ou empurrando-os goela abaixo, sem pensar porque de fato estavam fazendo isso, sem pensar porque não era bom ter seus preconceitos. Talvez ela achasse que a Tolerância sufoca a Compreensão. Porque pra maioria das pessoas, até quem se diz com poucos preconceitos, é isso mesmo que ela faz.

Ao invés de usar o cérebro e seu poder de observação e de reflexão, muitos apenas se contentam em "respeitar as diferenças". Sem saber devidamente porque deve às diferenças o respeito que lhes cabe. Toma-se o "cada um é cada um" como a frase cega do respeito. Não se pensa porque tem de aceitar, mas apenas aceita que existe.

A exemplo, não adianta tolerar que uma pessoa de baixa renda possui erros gramaticais em sua fala e gosto pouco sofisticado se você não compreende da onde vem. Se você só aceita as respostas "má formação", "Educação precária" e "pouca oportunidade social". Não adianta saber o que é isso. Você precisa entender o que é isso. Imaginar o quanto isso afeta. Imaginar o quanto nós mesmos somos influenciados pelas coisas que chegam até nós. E o quanto é difícil sair disso quando não há nenhuma apoio no meio que lhe permita. Por mais que casos isolados se gente que conquistou isso sem ajuda de ninguém aconteçam. Não é fácil.

Esse é um simples e próximo exemplo do tamanho do desconhecimento que temos sobre as pessoas. Não sabemos o que elas passaram, o que elas sentem, as pequenas impressões que marcaram suas vidas, nem como seus corpos funcionam, como seu sistema sensitivo é atingido, como um fato pode ter influenciado na sua mente...

Tentar perceber da onde vem as diferenças, tentar compreendê-las, é que faz potencialmente com o que o preconceito suma.

Quanto mais a gente é sensível ao mundo pessoal dos outros, melhor atingimos esse tipo de compreensão.

Isso, no entanto, é o que devemos buscar como comportamento para sermos  Seres Humanos melhores. Mas nem sempre as pessoas conseguem atingir esse Estado de Compreensão. É aí que a Tolerância se faz necessária, porque enquanto não se compreende, é necessário tolerar.

E aí descobri meu incômodo com a fala da minha professora.

Entendo o ódio dela pelo uso da Tolerência como uma máscara das pessoas para agir tudo no automático, sem pensar, sem saber o que está fazendo, sem entender, sem refletir. Sem tentar extirpar seus preconceitos.
Esta é uma tarefa que devia ser de todas. Mas enquanto a gente não atinge a Compreensão, a Tolerância se faz necessária. Uns param na Tolerância, e essa é a merda. Outras continuam buscando a Compreensão.

Mas então Tolerância não deve ser uma busca para sermos uma sociedade melhor. Tolerância é só parte de um caminho.

20: Violência e educação UNIVESP TV: Violência nas escolas

Nesta aula, há uma reflexão sobre a violência nas escolas, que inicia com um diagnóstico sobre quais os tipos de violência afetam a escola. Existem aí as questões do entorno da escola que penetram a escola, como gangues ou o crime organizado, bem como a violência familiar que afeta os alunos ou ainda o comportamento violento de alunos.

Defende-se que não se deve tratar os alunos com uma visão pré-estabelecida de que a localização da escola é em um bairro violento e de que os alunos são intrinsecamente violentos. Pelo contrário, é possível formar laços com a comunidade, para que esta valorize a escola e, deste modo, a protejam da violência e cuidem dela.

É também interessante fazer conexão com outras instituições, como as de saúde, para ajudar alunos que sejam afetados até mesmo psicologicamente. Assim, é fundamental compreender que a escola sozinha não pode resolver o problema da violência, que é um problema social de proporções muito maiores que a escola tem capacidade de abarcar. Entretanto, a escola deve estar voltada para, junto com a comunidade e com outras instituições, para a conscientização e para harmonizar as relações interpessoais.

Entra aí a importância de trabalhar com projetos que formem valores não-violentos, democráticos, de solidariedade e levando em conta o lado afetivo dos envolvidos de modo a que a escola e o que ele aprende na escola seja considerado importante para a vida de cada um dos alunos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

19: Podem a ética e a cidadania ser ensinadas?

Nesta aula, o Professor José Sérgio Carvalho apresenta o debate na Grécia clássica sobre se é possível ou não ensinar valores aos cidadãos da pólis. Se ética, solidariedade, etc podem ser transmitidas por um mestre ou por algum método de ensino.

Em determinado momento, fala do julgamento de Sócrates, onde este, acusado de corromper a juventude, questiona então que, se podem acusá-lo disso, é porque sabem definir o oposto, ou seja, é porque sabem o que é bom para a juventude. Demonstra aí que é possível adestrar um cavalo, mas que um ser humano não funciona da mesma forma, apenas assimilando o que lhe é passado sem reflexão.

Na parte final da aula, aparece o exemplo de que os jovens gregos aprendiam a tocar cítara para desenvolverem a temperança. O mestre deste instrumento musical, obviamente não ensinava verbalmente o valor da temperança, mas por meio da ação dos alunos, eles aprendiam a dosar sua atitude. 

Nos dias atuais, é como quando se aprende a jogar sinuca, você precisa desenvolver a ideia de que nem sempre usar toda força ou todo afinco resulta em êxito, assim como outros jogos, hobbies ou atividades que parecem ser meramente de lazer podem nos levar a aprender com a prática valores e princípios que usaremos de forma muito mais profunda em nossas vidas. Este conceito concorda com a ideia da aula anterior de que o aprendizado não se restringe à sala de aula e às disciplinas tradicionais.

18: Educação integral

A percepção que se pode formular sobre o funcionamento da escola mostrada em São José dos Campos sobre o seu método de educação integral permite ideias interessantes:

1. A escola inteira é um espaço de aprendizado. A noção de "aprendizagem" se expande para além das salas de aula.

2. Os alunos podem desenvolver os seus conhecimentos e habilidades levando em conta seus interesses e sua subjetividade. Eles podem escolher ateliês, oficinas e aprender em contextos totalmente diferentes da aula tradicional.

3. O corpo, a dança, o aspecto físico é integrado ao estudo. 

4. O educador faz uma mediação constante para que o aluno consiga se desenvolver adequadamente nas oficinas. Alguns educadores até mesmo ficaram surpresos com a metodologia que exige uma preparação muito maior deles, para além de suas disciplinas. Eles precisam saber fazer a ponte entre a realidade social e as suas disciplinas.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

17: Pedagogia de Projetos

Este é mais um vídeo que mostra exemplos de como trabalhar a interidisciplinaridade, defendendo que o diálogo e a vontade do professor para estabelecer este tipo de pedagogia são indispensáveis.

É mostrada uma metodologia ativa, onde os alunos participam de um debate sobre a escravidão no Brasil colonial, depois conhecem de perto locais históricos e tomam iniciativas como a criação de uma história em quadrinhos.

O Professor Ulisses, com um gráfico, demonstra como este tema pode ser trabalhado no âmbito dos valores democráticos, nas demais disciplinas tradicionais, sustentando a ideia de que estas disciplinas devem se subordinar ao projeto transversal.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

14: Projetos

O Professor Nilson aponta que os projetos dão sentido à vida, traçam rumos para a ação.

Três aspectos são bem importantes:

1. O projeto pressupõe riscos, necessita de planejamento e de metas. É preciso organizar e pensar a ação para minimizar os riscos, porém, se não há qualquer risco, não há necessidade de um projeto.
2. A pessoa tem que estar envolvida com o projeto. Não é possível ter projeto pelo outro, assim como não é possível viver a vida do outro.
3. Existem projetos aceitáveis e aqueles não aceitáveis. Algum que envolva criminalidade, tirania, violência gratuita não podem ser aceitos por uma educação voltada para a convivência democrática.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

13: Conhecimento em rede

O Professor Nilson admite inicialmente que ninguém, declaradamente, entende que o processo de aprendizagem é como um "balde", onde o docente apenas enche o aluno com o conhecimento. Entretanto, estas noções permanecem vivas de forma sutil, como quando o professor entende alguns alunos como naturalmente limitados ou procura medir o conhecimento através de provas, como se quisesse medir a profundidade do balde.

A partir daí, critica a forma cartesiana de encadear em um caminho único o conhecimento, que toma a lógica do mais simples ao mais complexo. Este método é muito comum em sistemas apostilados ou mesmo em livros didáticos, com a dinâmica de capítulos, onde o professor advoga que o capítulo anterior é necessário para a compreensão dos seguintes.

Ao invés disso, o Professor propõe uma forma de desenvolver o conhecimento em rede, entendendo o processo não como um caminho, uma estrada, mas como um mar aberto, onde se pode rumar relacionando assuntos e temáticas que podem variar de acordo com o aluno, com as suas dimensões psicológicas - expostas na outra disciplina -  e seus interesses ou necessidades.

16: A construção de valores e a dimensão afetiva

Nesta aula, a Professora Viviane demonstra por meio de pesquisas, a relevância de se trabalhar os sentimentos e o lado afetivo dos alunos em uma educação voltada para valores e cidadania.

É demonstrado que ao lidar com o lado afetivo, é possível provocar sentimentos que despertem a consciência daquele aluno. Notadamente, quando o aluno desenvolve culpa ou vergonha é porque algo mexeu com seus valores e ele se conscientizará de que agiu errado ou que poderia ajudar seus amigos a adotarem uma conduta positiva diante de uma situação.

Tomemos aqui, por atitude positiva, como aquela voltada para os valores da sociedade democrática e da convivência civilizada. Um desses valores, demonstrado no vídeo, é a generosidade. Em uma pesquisa, aqueles que não possuem este valor, não sentem qualquer culpa ou vergonha por não ajudar um amigo quando necessário. No entanto, quando este valor foi desenvolvido no jovem, ele sentiria culpado ou mesmo teria vergonha de adotar uma postura egoísta.

Ao adotar uma metodologia ativa em um projeto, que promova os valores democráticos, a escola deve observar também o lado afetivo e os sentimentos que os alunos manifestam em situações em que precisam tomar uma decisão, estes momentos demonstrarão quais são os seus valores e qual a sua consciência.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

15: Dimensões constitutivas do sujeito psicológico

O Professor Ulisses critica as teorias baseadas no pensamento simplificador para decifrar o comportamento humano.

Estas teorias, como apresentadas na primeira semana, tomam uma parte para explicar o todo. Como o médico que explica o pensamento humano através só do cérebro sem levar em conta a afetividade, ou outras teses que partem a partir só do afeto e do emocional, ou somente da linguagem e da leitura do mundo externo ou apenas a partir do meio cultural.

Na escola, isso resulta em equívocos simplistas para caracterizar as causas de determinado comportamento do aluno, apostando em apenas um fator sem levar em conta a complexidade. Casos mais comuns são os pais que estão se separando, ou a estrutura familiar debilitada, ou ainda a condição econômica do aluno. Claro que estes fatores podem contribuir, mas devem ser vistos em seu lugar, isto é: como uma parte que interage com um todo, que deve ser analisado meticulosamente.

10 (Univesp TV): Interdisciplinaridade e transversalidade na educação

Nesta aula, nos é apresentado um caso em que a transversalidade é aplicada de forma profunda. Uma escola nas proximidades de um rio, que é utilizado para estudo desenvolvendo valores como cooperação, cidadania, ideias ambientais.

A grande questão desta aula é que as disciplinas envolvidas, geografia, língua portuguesa e química, passam a ser um meio para desenvolver o projeto. O Professor Nilson defende esta concepção com o argumento de que, estudar, por exemplo, matemática como um fim, é coisa para quem pretende ser matemática. Para o cidadão, a matemática e outras disciplinas tradicionais fazem muito mais sentido como um meio para sua formação e de seus valores.

12: Perspectivas atuais da educação em valores

O Professor Ulisses critica concepções muito limitadas de transversalidade em que o projeto não liga a escola com a comunidade ou com o cotidiano dos estudantes.

Sua proposta é de articular a comunidade escolar e não-escolar dispostas por meio de um fórum que tenha como eixos de atuação: direitos humanos, ética, inclusão social e convivência democrática. Portanto, quatro temáticas voltadas para desenvolver positivamente as relações sociais da comunidade.

Este fórum deve discutir qual o tema exato a ser trabalhado no próximo período, que pode ser por exemplo, um semestre.

Então, o Professor argumenta que muitas vezes a problemática escolhida pode estar bem perto, no entorno da escola e a proximidade física facilita o uso de uma metodologia ativa e mesmo de aproximar o tema transversal da realidade do aluno.

Ao lidar com o tema de forma ativa e problematizá-lo, o aluno pode abrir várias questões que devem ser trabalhados nas disciplinas tradicionais. Assim, as disciplinas se tornarão um meio para potencializar o projeto, instrumentalizando os estudantes para que eles consigam aprofundar seus estudos dentro dos temas transversais.

11: Perspectivas atuais das Pesquisas em Psicologia moral

A aula começa definindo do que se trata o sujeito psicológico e defende que ele se forma a partir de aspectos afetivos, biológicos, cognitivos e sócio-culturais. Com isso, cabe entender onde se desenvolvem os valores morais, no que a Professora Viviane argumenta que isso se dá no setor afetivo, ainda que este se relacione com os outros três.

A formação dos valores se daria por meio do campo afetivo porque é neste que há uma relação com o exterior onde se formam gostos e sentimentos sobre objetivos, relações ou pessoas e é justamente quando se desenvolve afetividade, que se passa a valorizar algo, isto é, aquilo pelo qual temos afetividade passa a ser um valor.

É bom lembrar que o oposto também ocorre: a criação de laços negativos, de antipatia.

A Professora Viviane passa então a aprofundar a ideia apresentada na aula 8, de que os valores são hierarquizados em nossa mente, sendo que alguns são centrais e outros mais periféricos. Assim como diversos tipos de valores podem ser formados, o de responsabilidade, de preconceito, etc.

Desta aula, cabe compreender que a escola, com o uso da transversalidade, deve construir valores democráticos nos educandos. Um projeto transversal deve trabalhar estes valores com a reflexão e com metodologias ativas, já que a afetividade não se obtém por meio de aulas meramente expositivas.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

9: Ciência e Educação

O Professor Luis Carlos apresenta a ciência como uma linguagem que, conforme o aluno conhece e consegue decodificar por meio de seu aprendizado escolar, pode utilizar em sua vida cotidiana, desde a leitura de um jornal, até a bula de um remédio.

A partir daí, o Professor defende que conhecer a ciência tem importância para a realidade do aluno enquanto cidadão. Instrumentalizado, ele poderá melhorar sua alimentação, ampliar o senso crítico e acrescento, levar uma vida com uma preocupação maior com a preservação ambiental, porque será esclarecido sobre como fazer isso e quais os impactos.

Esta aula tem uma grande importância por fazer uma ponte entre as ciências exatas e a cidadania. Apresenta como mesmo a matemática não é um fim em si, mas pode, como defendido em aulas anteriores, ser um meio para temas transversais.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

8: A construção psicológica dos valores

A construção dos valores, em um âmbito psicológico está vinculada aos laços afetivos, aos gostos subjetivos sobre pessoas, objetos, relações, lugares ou a si mesmo.

O Professor Ulisses exemplifica a afirmação acima com o gosto pela escola: alguns alunos gostam da escola. Outros, por algum motivo, desgostam e por isso, em seus valores, nada há de errado em depredar ou em sujar seu espaço.

Estes valores são construídos de acordo com a formação da identidade e da personalidade e este processo vai além dos primeiros anos de vida, contrariando a ideia do senso comum de que até os 5 anos o "caráter" é construído. Na realidade, a tendência atual está em considerar o meio em que o sujeito vive como capaz de influenciar seus valores, daí o papel da escola em trabalhar valores desejados para a sociedade democrática, para a cidadania e para a ética.

6: Temas Transversais em Educação

A Professora Valéria trata de dividir a inserção da transversalidade no currículo em dois paradigmas.

No primeiro, temos as disciplinas como um fim e as práticas transversais como acessório. Alguns dos exemplos citados são:

- Em atividades pontuais com temas transversais dentro de alguma disciplina. Podemos citar o exemplo de algum projeto de uma semana que algum professor resolva aplicar, sem qualquer continuidade.
- Quando os valores da cidadania já são trabalhados intrinsecamente dentro de cada disciplina. 
- No caso em que um profissional é trazido para tratar de forma externa às disciplinas de algum dos temas, como ética. Muito comum nesta categoria são as palestras, oficinas.
- Os projetos interdisciplinares, em que determinado tema é trabalhado por diversas disciplinas, sem existir o diálogo entre elas.
- Tratar de valores e ética em momentos oportunos, totalmente ocasionais sem qualquer sistematização.

Estes métodos são criticados por sua falta de planejamento entre os professores para aprofundar o tema transversal e por não romperem de fato com a disciplinarização.

A partir daí, a Professora apresenta o novo paradigma, que defende que as disciplinas devem ser um meio para se tratar, como prioridade, dos valores transversais. Estes valores devem ter relação com os problemas e a realidade de cada comunidade.

Os conteúdos tradicionais não devem ser abandonados, mas não serão mais a finalidade, e sim um meio para se atingir o fim maior, a cidadania.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

5: O conceito da transversalidade

O professor Ulisses inicia citando algo muito real, a resistência dos professores aos temas transversais. Argumentos como "o que matemática tem a ver com violência, não estou habilitado para trabalhar sobre violência, contrate alguém especializado nisso" realmente aparecem.

Então, entende-se que o tema transversal recebe esse nome porque ele atravessa transpassando todas as disciplinas tradicionais e não se encaixando, de fato, dentro de nenhuma. Deste modo, não se pode mesmo trabalhar a violência como sub-tema da matemática ou da química, mas em um projeto que leve diversas disciplinas e trabalharem o assunto por prismas diferentes.

Uma outra abordagem pertinente foi sobre a escolha do tema. É comum vermos a escolha de temas ingênuos como "Copa do Mundo", "Dia dos pais", que dificilmente conseguem estabelecer um sentido entre as disciplinas e um fim em comum. O tema escolhido deve ter como norte a melhoria de vida da sociedade e este deve ser o fim comum, que tenha ligação com a realidade dos alunos e que atravesse as disciplinas. 

Um tema sugerido pelo professor foi "Drogas", que trata de um problema real que assola a juventude em idade escolar e que tem muito mais à acrescentar do que, por exemplo, a "Copa  do Mundo", onde tradicionalmente os diversos professores passaram trabalhos bimestrais sobre o assunto, abordando o país-sede, a história das copas, as bandeiras dos participantes, as estatísticas, etc, sem qualquer reflexão.

7: Educação e Ética

Nesta vídeo-aula, partimos da tese de que é inevitável transmitir valores quando se pratica a atividade docente. A partir daí, podemos considerar que estes valores podem ser positivos ou perversos e incidirão sobre a formação da autonomia dos alunos.

Uma passagem muito interessante diz que a ética se desenvolve na prática, são valores que se obtém no dia a dia, muito mais do que pela via teórica. E em outra passagem, a questão da ética é colocada como uma forma de guiar um comportamento aceitável para lidar com os outros, com os diferentes de maneira saudável, o que a professora coloca como a "vida boa" no conceito grego.