quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

26: Uh-Batuk-Erê: Uma ação de comunidade

A arte, quando encarada como uma área de alcance da cidadania, pode ser importante para a afirmação de grupos dentro da sociedade.

A aula trata de uma comunidade onde havia baixa auto-estima dos alunos que sofrem com os estigmas sociais, com a condição de pobreza e mesmo com a ideia de que seus valores não são considerados cultura pelo senso comum.

A aplicação de um projeto que oferece a oportunidade de protagonismo aos alunos em atividades artísticas nas quais eles se reconheçam, possam exercer seus valores culturais de maneira que se sintam bem com sua própria identidade, resgatando seu orgulho e seu sentimento de pertencer a sociedade.

Penso que o mote principal desta aula, mas também desta disciplina é que há uma relação forte entre a auto-estima de uma comunidade e o exercício ativo da cidadania por esta.

25: Relações com as comunidades e a potência do trabalho em rede

A comunidade, definida como um espaço de laços sociais mais estreitos e de afirmação de pessoas e grupos com significados próprios é fundamental para o desenvolvimento e da potencialização da cidadania.

É muito comum em nosso país a associação do sistema democrático com o contexto da política nacional. No entanto, o aprimoramento das relações democráticas se faz em pequenas comunidades, na preocupação do indivíduo com o entorno de onde vive. 

O papel da escola deve ser ativo nesse processo e um espaço privilegiado para preparar os jovens para serem participativos, saberem se expressar e fazer valer os seus direitos.

As democracias mais sólidas do mundo dão tanta ou mais importância para as questões do bairro, da comunidade, da vila, do município em relação às questões nacionais. Isso amplia a participação do indivíduo porque ele certamente conhecerá mais do contexto específico de onde vive. 

A participação democrática, contudo, não se ensina, se pratica. É inevitável que a escola tenha relações democráticas e uma educação ativa para os alunos, em que eles se envolvam em projetos que tenham a ver com as necessidades reais do lugar onde vive.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

28: Depressão na infância e adolescência

Os sintomas da depressão nas primeiras fases da vida são perceptíveis mesmo sem um profissional da psicologia. O próprio professor pode notar comportamentos e posturas que podem indicar esse problema e, com o apoio da equipe escolar, encaminhar para o tratamento.

É preciso notar que a depressão tem peso negativo tanto nas relações pessoais do indivíduo, como no rendimento acadêmico e, por isso é necessário que haja um acompanhamento por parte da equipe docente e do psicólogo da escola. Em alguns casos, mesmo profissionais como inspetores devem dispensar atenção ao caso, já que este profissional está mais próximo dos alunos no momento de lazer que é o intervalo.

Registro que a exposição dos sintomas da depressão na infância e adolescência nesta aula foi muito valiosa e me levou a uma reflexão sobre como este tema não pode ser negligenciado. Não é correto manter a carga de pressão ao jovem como se ele fosse um adulto. 

Na educação é necessário refletir a todo momento se aquela estratégia educacional está surtindo algum tipo de efeito e, no caso de um jovem em depressão, se não há um trabalho psicológico que o motive e o recupere, é bastante questionável se aulas terão impacto positivo neste aluno, independente da didática adotada.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

27: Stress e ansiedade na infância e na adolescência

Esta aula trata de um tema que a escola não pode se omitir e precisa lidar com seus aspectos negativos e também positivos.

O stress, mesmo na infância, pode romper os limites da moderação e se tornar uma fonte de sensações ruins como medo, depressão e raiva. A ansiedade pode levar a comportamentos compulsivos, violentos ao choro. 

O aspecto positivo, por outro lado, é a maturidade adquirida. Estar ansioso para uma atividade difícil e desafiadora pode levar a criança a se preparar mais seriamente. O stress, moderado, pode ser administrado de modo que a criança consiga lidar com pressões e se torne mais forte em sua personalidade.

O papel da escola deve ser de tratar dos excessos, que levam às consequências negativas e de fornecer o apoio para a criança e o adolescente. Interessante também é a escola propor atividades relaxantes, em grupo. Talvez uma momento de música calma na educação infantil ou uma atividade sem pressão, que envolva lazer artístico no ensino fundamental e médio. 

É pertinente ressaltar que muitos dos bons resultados artísticos acontecem quando os participantes estão desenvolvendo suas capacidades com prazer, sem a pressão do resultado.

Estas atividades devem ser intercaladas com aquelas ordinárias da vida acadêmica, onde situações desafiadoras devem explorar as potencialidades do aluno. Não há, porém, um nível seguro para lidar com o emocional e portanto, há uma necessidade de a escola manter uma frente de apoio psicológico bem preparada e posicionada.

22: Lazer, juventude e esportes

A aula trata de vários conceitos relacionados com o que seu título propõe. O que me chamou mais atenção foi a ideia do "pedaço", que é um lugar que está entre o espaço público e o privado (a casa). É como um território com valor simbólico para um determinado grupo de jovens.

Para compreender melhor o pedaço, é necessário conceber que o adolescente passa muito do seu tempo buscando sua identidade, como forma de manter sua auto-estima e reagir às transformações que está vivenciando nesta fase da vida. 

Este contexto, faz com que adolescentes adotem estilos que o coloquem em alguma turma, que é chamado na sociologia de "tribo". Esta tribo terá elementos de linguagem, vestimenta e estilo musical próprios e é natural que ocorram rixas entre algumas tribos. 

Excetuando extremos como violência e drogas, as tribos possuem um efeito positivo na socialização do jovem, que desenvolverá inteligência emocional para lidar com as regras de convivência, com as relações hierárquicas e os valores daquele grupo.

E é então que entra o pedaço. Este é o território por excelência identificado com a tribo. É onde estes jovens normalmente se reúnem e, mesmo se for em um espaço público, ele se sentirá como se tivesse alguma ligação especial com o local, que terá, para ele, um fator de aconchego e fonte de lembranças importantes entre ele e os outros membros da tribo.

A escola deve estar perceber que o pedaço pode até mesmo ser algum espaço em seu interior e deve respeitar isso. Deve sempre estar atenta a drogas e violência, mas no geral deve permitir a formação e o desenvolvimento das tribos. A direção deve reconhecê-las como representações genuinamente juvenis, despindo-se de preconceitos e da mania conservadora de querer padronizar tomando a si como referência a juventude e por consequência, a humanidade.

21: Lazer, cultura e elementos comunitários

O lazer, de acordo com a aula, constitui-se de um momento que envolve descanso, divertimento e desenvolvimento. Ele pode ter interesses intelectuais, artísticos, manuais, sociais, físico-desportivos e turísticos. Embora a aula não ressalte, penso que um momento de lazer pode conjugar dois ou mais tipos de interesse.

A aula passou então a tratar de uma temática interessante: as formas de lazer acessíveis a cada tipo de comunidade ou cultura variam e muitas vezes algum tipo de lazer faz muita falta em algum bairro, especialmente se ele for pobre. Isso faz diferença porque por meio do lazer, não existe somente divertimento e descanso, mas o desenvolvimento pessoal, que pode levar o indivíduo a obter interesses e valores que serão positivos em momentos profissionais ou estudantis.

A escola pode fazer a diferença nesse ponto e, projetos como Escola da Família possuem resultados positivos, que poderiam ser ainda bem melhores se o Governo tratasse o projeto de forma qualitativa ao invés de priorizar quantidade. Não cabe, porém, dissertar sobre isso, já que não tenho elementos que embasam uma análise mais profunda.

Penso, sobretudo, que a escola pode servir à comunidade e aos seus próprios membros com momentos de lazer e é uma interessante forma de integrar professores, funcionários e alunos, mas também estes com a comunidade.

Certamente esta interação afetará positivamente a dimensão afetiva dos indivíduos, criando um vínculo maior da comunidade com a escola e um respeito entre professores e alunos, oriundo do fortalecimento dos laços e da admiração que os docentes podem suscitar nos educandos.

24: Mídia e comportamento

A aula apresenta um ponto de vista conservador à respeito da mídia e sua influência comportamental. Na verdade, alguns de seus argumentos me parecem contraditórios ou mesmo frágeis.

1 - Ao tratar da aparição de conceitos de sexualidade na mídia, está posto que, enquanto a mídia faz referência ao sexo, ela cada vez mais substitui os pais na educação sexual. Penso que, aqui, não cabe censurar a mídia, mas conscientizar os pais e a escola a tratarem do tema.

Em outras aulas, com assuntos também polêmicos, como drogas, sempre se defende que se transmita informações verdadeiras, conscientizando o jovem. Penso que, se este adolescente, no momento da educação sexual, já tiver pré-requisitos de informação, não há problema. Ou será que a mídia só deve tratar de temas fantasiosos?

2 - A televisão e seus complementos, como videogame e música (MTV, por exemplo), são apresentados sob a forma de distrações que fazem a criança e o adolescente gastarem menos energia. No entanto, a música conduz ao interesse pela dança e os videogames atuais exigem enorme esforço físico, como o sistema Kinect do XBox e o Nintendo Wii.

3 - A mídia faz referência à violência, sem apresentá-la como risco, foi o que argumentou a aula. Por outro lado, uma forma de entretenimento que atrai a atenção do jovem em casa, em realidade o expõe muito menos à violência na rua. Um dos principais conceitos do nosso Curso, é que os valores se aprendem na prática e não com o jovem como espectador. Então para quê cercear o jovem como tele-espectador?

Cabe a educação escolar e familiar transmitirem valores aos jovens e não culparem a mídia e o entretenimento. Chega a ser confuso escutar, nesta aula, que a mídia deve ser relacionada com a realidade, mas ouvir a reclamação de que a mídia mostra cenas de violência.

A aula tem um viés autoritário, que faz apologia da censura e que, na falha da educação escolar, quer encontrar na mídia um bode espiatório. 

23 : Uso de substâncias psicoativas

Por muito tempo não consegui formular uma opinião sobre o assunto, porque a forma como a sociedade vê as substâncias psicoativas se modificou ao longo da história e algumas substâncias são lícitas e de fácil acesso aos meios publicitários, enquanto outras são ilícitas e tabu em muitos lugares.

Ainda não posso dizer que estou cem por cento certo e convencido, mas algumas posições me parecem mais claras:

As drogas, tanto lícitas quanto ilícitas, devem ser um tema abordado na escola. Seus efeitos devem ser discutidos com informações verdadeiras. Acontece que não é simples fazer isso, porque muitas vezes o aluno que está em um ambiente vulnerável ao uso de substâncias psicoativas não dará atenção aos previsíveis sermões de professores e diretores escolares. 

É necessário utilizar a linguagem do aluno sem a intenção de dogmatizá-lo, mas sim de conscientizar com informações e fazer com que o adolescente conheça os riscos e não caia em situação de dependência. 

O usuário de drogas não deve ser tratado com preconceito ou como alguém com problemas de caráter. É preciso que os profissionais da educação percebam que existem diversos graus de dependência, que exigem diferentes tipos de tratamento, desde a conversa e a conscientização, até o caso mais grave que envolve a psiquiatria.

Alguns alunos herdam de irmãos mais velhos, de pais a ideia de que é necessário se alterar com o álcool, para se divertir. Penso que o discurso, nesse caso, deve apontar que, o maior de idade pode beber moderadamente, mas que é perfeitamente possível se divertir sem beber ou sem fumar.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

18: A valorização da cultura corporal da comunidade no currículo escolar

O conceito de cultura corporal, como mencionado na aula, é bem amplo. No contexto que precisamos, ou seja, da criança e do adolescente, ele abrange brincadeiras, esportes, estilos de estética, sinais corporais, música, dança, etc.

Dentro de uma mesma escola ou até mesmo de uma classe, há uma variedade cultural corporal muito grande. Se  escolhermos só o fator musical, há os que preferem forró, funk, rock, pagode e cada um deles traz consigo uma carga estética, danças próprias e apontam para outros fatores da cultura não corporal.

Por outro lado, alguns fatores da cultura corporal dependem da habilidade do indivíduo e seu desenvolvimento físico. Existem aqueles que se saem melhor em brincadeiras que envolvem corrida, outros são melhores cantando, dançando, ou possuem coordenação para skate, surf, ou ainda possuem um perfil mais voltado para jogar damas, dominó, xadrez, etc.

Com crianças, durante o ensino fundamental, são comuns jogos e brincadeiras propostos pelo professor de educação física como "corre cotia", "queimada", "mãe da rua", entre diversas outras que qualquer pessoa que estudou no Brasil conhece. O ponto é que estas brincadeiras levam em conta algumas habilidades em detrimento de outras e que, se forem muito repetidas podem desenvolver um conceito que pode ser chamado de Daltonismo Cultural.

Sendo a cultura corporal, como aponta a aula, uma gama de cores muito diversa, o daltonismo cultural é o ato de privilegiar somente algumas práticas e valorizar somente aqueles alunos que são melhores nela. As brincadeiras devem ser variadas e permitir ao indivíduo desenvolver suas habilidades de forma equilibrada, mas respeitando sua particularidade. 

Não se pode existir que todos sejam ao mesmo tempo especialistas em esportes com bola, desprezando aqueles que não o são. Se o currículo for diversificado, alguma prática corporal encontrará o perfil de cada aluno.

Por final, ainda não tenho um ponto de vista fechado sobre o tema. A educação física é uma área que não conheço tão bem. No entanto, creio que a teoria do daltonismo cultural se aplicam aos outros aspectos culturais e educacionais.

20: Bullying

Embora muito bem organizada, essa aula é muito redundante com a aula 28 do módulo anterior, portanto não há necessidade de discorrer novamente sobre os aspectos básicos do assunto e é mais valioso partir para uma reflexão sobre como este fenômeno é encarado na sociedade brasileira.

O bullying não é um fato recente, ele é histórico e decorre de um acirramento perigoso do estranhamento entre pessoas de diferentes etnias, valores culturais, religiosos ou grupos econômicos. É preciso colocar que a reação de estranhamento é normal, o choque de identidades é inevitável e ao ir para uma nova escola, a criança vai se deparar com outras com características que ela nem imaginava existir.

Paralelos históricos seriam o encontro entre europeus com povos nativos da América, Ásia e África na época das grandes navegações. Naquela época não existia a noção de democracia e de respeito e por isso, o encontro se desenvolveu com violência e dominação. Não seria isso, em grande escala, a mesma reação entre os jovens que discriminam e praticam bullying com aqueles que consideram diferentes?

A escola então tem o papel de propagar valores de respeito às diferenças e a pluralidade. Deve ensinar que é mais enriquecedor conhecer várias narrativas do que impor a sua verdade. 

Considerando que há algumas décadas não havia qualquer preocupação com o bullying por parte das autoridades e dos profissionais da educação, podemos dizer que o Brasil vem evoluindo neste aspecto. 

Tomando um exemplo muito significativo na vida do adolescente que está se descobrindo, hoje é perceptível que o jovem que não é heterossexual se sente mais à vontade para expor sua condição aos colegas, muito embora não possamos fechar os olhos para casos de violência que persistem, mas que cada vez mais são enxergados como abomináveis pelo senso comum. 

A escola, deve agora, saber separar tecnicamente o que é o bullying, para que possa tratar de casos sérios sem que se torne excessivamente tolhedora do caráter jovial e espontâneo da criança e do adolescente. O que isso quer dizer?

Brincadeiras, às vezes até de mal gosto, provocações e rivalidade provavelmente sempre existirão, claro que dependendo do teor, devem ser passíveis de advertência ou punição para não desencadear um caso de violência. No entanto, o bullying, estritamente falando, é mais complexo do que uma provocação isolada ou uma brincadeira de mal gosto.

Para ser considerado bullying, é necessário que seja praticado contra alguém indefeso, seja por fraqueza física, seja moralmente, por não ter o apoio dos outros colegas e é praticado de forma contínua, causando até um trauma ou deixando a criança complexada. Este é o caso que a escola deve tratar com a maior preocupação. Não deve o professor ser testemunha inerte e nem a direção entender que há apenas um desentendimento ou "uma briguinha" que se resolve chamando os pais e conversando uma vez.

Quando se chegar a conclusão de que se trata de bullying, o setor psico-pedagógico da escola deve entrar em ação trabalhando tanto com o lado agressor como com a vítima. Seu discurso, com o primeiro, deve ser de propagar o respeito, o sentimento de culpa e conscientização e com o segundo, trabalhar sua auto-estima, sua confiança.

Não acredito em soluções artificiais tão comuns como obrigar o agressor a pedir desculpas, independente de sua vontade, ou de forçar a situação, obrigando agressor e vítima a fazerem atividades no mesmo grupo ou dupla. É uma atitude inconsequente, que pode tanto dar certo, quanto acirrar ainda mais o estranhamento e levar a uma intensidade maior de violência.

17: Transformações sociais, currículo e cultura

A aula mais densa até aqui. Não cabe resumir todos os conceitos trabalhados, mas sim passar minhas impressões sobre o que despertou mais significados para minha experiência profissional. 

A escola dos dias atuais recebe um público que há algumas décadas não estava presente. A noção de democratização da educação em nosso país é bastante recente e esse fenômeno nacional deve ser estudado de forma conjugada com a globalização.

A educação no Brasil teve uma frequente expansão conforme avançava a industrialização e o êxodo rural em nosso país. Contudo, esse tipo de educação tinha uma ligação estreita com o mundo do trabalho, sua função era adaptar o novo morador das cidades ao trabalho industrial ou mesmo na área de serviços que ia se formando no entorno das regiões industrializadas.

A partir da democratização do Brasil, nos anos 80, tivemos o marco da Constituição Federal de 1988, em seu artigo 207, que trata da universalização do acesso à educação, com emendas ao longo das últimas décadas que expandiram esse direito até o Ensino Médio. 

A mesma Constituição e posteriormente a Lei de Diretrizes e Bases (1996) formaram uma concepção educacional voltada para a cidadania e o respeito à pluralidade, valores consolidados enfim nos Parâmetros Curriculares Nacionais, também dos anos 90.

Essa nova ideologia educacional se propaga em um momento em que o público que acessa a escola é muito mais plural que nas décadas anteriores, gerando um choque de valores em que não é raro que professores mais conservadores façam apologia da educação tradicional e autoritária. 

Professores conservadores entendem que educação é ordem, mas a educação é conflito: o amadurecimento se faz na experiência prática, o aprendizado não é pacífico, é marcante, por vezes polêmico, mas necessariamente chamativo. 

Se o aluno de quase um século atrás era preparado para viver em uma sociedade provinciana, em que seus conhecimentos objetivos seriam úteis em alguma profissão, o aluno de hoje deve ser preparado para lidar com uma sociedade mundial, com diferentes códigos acontecendo ao mesmo tempo e com consciência crítica para ter opinião sobre os temas do entorno do seu bairro até assuntos mundiais como meio ambiente, democracia, etc.

Além de tudo isso, o acesso cada vez menos censurado a informação leva a tona assuntos que antes eram tabu. A sexualidade, drogas, violência, são assuntos cada vez mais próximos do jovem e a escola não pode se esquivar. Deve agir como orientadora, informando, mas tomando o cuidado de respeitar as diferenças culturais e de não propagar preconceitos. Para que a escola consiga ter esse papel, porém, é preciso, infelizmente, que a formação dos docentes seja muito aprimorada... 

19: Violência nas escolas

A conduta violenta na escola não deve ser vista como um fator espontâneo por parte do aluno. A maneira de combater não é pela repressão pontual. Em vez disso, devemos buscar suas causas e muitos estudos foram desenvolvidos sobre isso nas últimas décadas. Discorro aqui sobre alguns fatores que entendo serem relevantes.

1 - Os sonhos da adolescência: É preciso notar que a adolescência é um momento crítico na vida do ser humano por ser um período de mudanças e transformações. As escolhas feitas nessa época podem definir o caminho traçado para o resto da vida e percebemos que o aluno sente isso. Para muitos, é o momento culminante para as ilusões da infância - enquanto uma criança diz que quer ser jogador de futebol, astronauta, etc, um adolescente muitas vezes tem em mente que deve procurar um emprego ou pensar seriamente em um curso técnico ou superior. Por outro lado, é um momento de sonhos e ambições reais, quando o dinheiro e a sexualidade começam a pesar mais e estes são aspectos que levam a um senso de competição muito grande.

Nm todos terão acesso ao dinheiro, qualidade de vida ou mesmo a perspectiva de futuro de um estudante universitário. Desta forma, o aluno que começa a ser excluído desde o ensino médio dos caminhos mais desejados, esta na faixa de risco, daqueles mais propensos a cair no mundo da marginalidade e da violência.

O prestígio que aquele jovem não consegue por meio dos estudos - e aí não cabe só sua capacidade cognitiva, mas a estrutura da família, condições sociais , etc - ele compensará com valores de violência, do glamour do crime, de ser respeitado por ser temido nos arredores de onde vive. Essa análise cabe principalmente aos jovens do sexo masculino, para os quais a obtenção do respeito é importante para sua auto-afirmação.

2. Consequências da infância: A violência sofrida na infância, realizada por seus responsáveis, por uma criação autoritária, tende a criar uma mentalidade também autoritária quando aquela criança crescer. 

A violência e o comportamento mais autoritário dos pais é mais comum em famílias pobres, que estão mais propensas a se tornarem desestruturadas pelos problemas sócio-econômicos como desemprego, trabalho infantil. 

Outros fatores são muito discutíveis, como a influência da mídia ou da industria do entretenimento. Particularmente não acredito que estes fatores tenham peso no comportamento violento porque não há evidências disso, embora seja importante continuar com estudos e pesquisas na área. Além disso, acredito ser contestável a ideia, dita por conservadores, que a violência está crescendo no mundo e finalizo com um artigo do jornal Folha de São Paulo que ilustra algo que penso:


Mundo nunca foi tão pacífico, diz cientista
(Artigo extraído do jornal Folha de São Paulo, 20 de outubro de 2011)

Livro de psicólogo evolucionista afirma que todas as formas de violência, inclusive o terrorismo, estão em queda

Homicídios, guerras e crueldade com animais também estão em queda e isso ocorre desde o século 16, segundo obra 

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE

Faz pelo menos 500 anos que o mundo está se tornando um lugar cada vez mais seguro para se viver, e a raça humana nunca foi tão pouco violenta. Ataques terroristas e guerras civis são meros soluços estatísticos numa paz que nossos ancestrais achariam quase impensável.
Duro de engolir, certo? Pois os números reunidos por Steven Pinker, 57, psicólogo evolucionista da Universidade Harvard, são difíceis de refutar. Todas as formas de violência estão em declínio, das guerras à crueldade com animais, e em alguns casos a queda já dura séculos, diz ele.

Pinker, pop star científico que aprecia os temas polêmicos, apresenta um resumo de seus argumentos em artigo de opinião na edição de hoje na revista científica "Nature". São ideias tiradas de seu novo livro, "The Better Angels of Our Nature" (ainda sem edição no Brasil).

ANJO BOM

Conforme o título do livro sugere, Pinker argumenta que os "anjos bons [literalmente, melhores] da nossa natureza" estão vencendo a disputa pela alma humana.
"As histórias da Antiguidade estão cheias de conquistas gloriosas que hoje seriam classificadas como genocídios. Fulano, o Grande e Sicrano, o Grande seriam processados como criminosos de guerra", brinca o cientista. E não se trata só da Antiguidade. O registro arqueológico e os estudos sobre povos indígenas atuais mostram que esse negócio de bom selvagem não existe, diz Pinker.

Mais precisamente, esses povos cometem centenas de vezes mais homicídios do que os europeus do século 21, e cerca de 20% das pessoas nessas sociedades morrem em guerras, afirma ele. O bioantropólogo Walter Neves, especialista da USP que estuda os primeiros habitantes da América, concorda. "A guerra, seja entre caçadores-coletores, seja entre horticultores [agricultores primitivos], é crônica e endêmica", afirma ele. No caso de povos pré-históricos, "é preciso tomar um pouco de cuidado porque a agressão entre eles, como bordoadas, deixa marcas no esqueleto que a nossa muitas vezes não deixa, então é difícil fazer a comparação", diz.

BRAÇO FORTE
A primeira queda na pancadaria teria vindo com o fortalecimento dos Estados, em especial as monarquias europeias, a partir do século 16.

Com o rei abarcando o poder absoluto e os nobres (que costumavam guerrear entre si) na coleira, a violência desregrada saiu de cena, já que atrapalhava a centralização de poder e riqueza desejada pelo monarca. Segundo motivo de queda da violência, segundo Pinker: a invenção da imprensa, barateando a circulação de ideias, e o Iluminismo resultante desse processo. 

Os pensadores iluministas, com sua ênfase no debate racional e sua redescoberta das ideias democráticas, dominaram o universo intelectual europeu, debatendo todos os temas tabus e defendendo os direitos de plebeus, minorias, mulheres e até animais. O debate iluminista acabou levando ao lento porém crescente predomínio da democracia como regime de governo, o que também diminuiu guerras -é muito raro que uma democracia declare guerra contra outra. E o avanço do comércio internacional tornou os países cada vez menos interessados em guerrear por riquezas, diz ele. 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

14: A cartografia e a representação dos lugares

Esta foi uma das aulas mais sugestiva para se tratar com a pedagogia de projetos. Por meio dela, notamos como o entorno pode conter símbolos representativos para os alunos e para a comunidade.

Em primeiro lugar, não se deve ver o mapa como algo objetivo, meramente a ser copiado. A concepção de mapa deve ser como um texto gráfico, onde o que é elencado para fazer parte é aquilo que o autor considera relevante. O mapa da lista telefônica mostra apenas as ruas e os quarteirões, já o mapa original de um aluno pode conter uma determinada padaria, a casa de um amigo, um espaço de lazer, o shopping, etc.

A confecção de mapas por alunos na escola deve ser vista como tarefa pedagógica, de desenvolvimento das ideias e da identidade cultural, não como um empreendimento empresarial, frio e sem subjetividade. O resultado será aos docentes, literalmente um mapa do que chama a atenção dos alunos, do que desperta seu interesse.

13: Educação Geográfica, estudo da cidade e o uso da cartografia

Esta aula procura expandir o olhar da escola, para que a cidade seja vista como um espaço onde a aula pode ocorrer com maior sucesso até que a sala e que seus muros internos.

Para isso, é preciso decodificar a cidade, suas relações internas, suas instituições, as características próprias e culturais. Todos estes símbolos e códigos podem despertar a curiosidade do aluno e abrir problemáticas a serem trabalhadas pela equipe docente em uma pedagogia de projetos.

O currículo, então, supera os limites do espaço escolar, a relação dos conteúdos com a realidade e com o interesse prático dos alunos terá um peso definitivo e a aula deixará de ser tradicional.

Refletindo um pouco, chega-se a conclusão de que para que isso ocorra, não pode ser a ação de um professor sozinho, e nem da direção sem os pré-requisitos do corpo docente. É necessário que toda a equipe pedagógica se volte para esta ideia e somem forças, trabalhando em grupo, porque aspectos como a segurança dos alunos e  a ordem lógica dos procedimentos científicos não se percam.

É importante levar os alunos para além do espaço físico da escola, porém é indispensável que isso se faça com preparo. Uma escola em que isso for feito de qualquer jeito, levará a projetos que os alunos não entendem bem o sentido, ao desânimo dos docentes, que ficarão descrentes e até mesmo a segurança dos alunos, nas ruas, longe do conforto das salas de aula, serão fator de risco.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

16: Sexualidade e prevenção de risco

Para haver prevenção, é preciso que ocorra conscientização, informação. O adolescente conhecerá seu corpo pelo instinto e até a fase adulta poderá realizar relações sexuais sem que ninguém o diga como se faz. No entanto, a prevenção só virá se ele souber a importância.

A aula defende, e eu concordo, que a escola ensine sobre as DST's, sobre métodos anticoncepcionais porque não é por meio destas informações que o adolescente fará sexo, devemos entender que pode até ser o contrário: o jovem não se envolverá em situações sexuais potencialmente arriscadas, como transar sem o uso da camisinha.

15 : Sexualidade na escola

Essa aula trata de como se desenvolve a sexualidade desde a infância. É um tema que tem muita relevância na vida do adolescente porque desperta com frequência sua atenção e normalmente se coloca no centro de seus desejos.

Uma parte interessante da aula mostra que na adolescência, a pessoa perde a identidade, o corpo e os pais de sua infância. As transformações no corpo geram uma instabilidade e insegurança que demandam uma auto-afirmação. A família deixa de ser o centro de sua vida social em favor dos amigos da mesma idade, com quem este jovem se identifica. É neste momento que com maior facilidade surgem as primeiras relações amorosas do indivíduo.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

10: Democracia e Educação em Direitos Humanos

A educação é um direito fundamental para que os demais direitos humanos sejam colocados em prática. Esta frase é o ponto central da aula.

A partir daí, podemos compreender que por meio da educação conseguimos manter uma sociedade democrática e respeitadora dos direitos humanos. Só que a democracia não pode ser resumida no ato de votar, ela deve ser exercida no cotidiano e para isso, é preciso que ela seja levada para dentro da escola.

É preciso formar sujeitos na escola que conheçam seus direitos e que saibam respeitar os direitos dos outros. Esta prática é sintetizada na aula pelo termo EDH. 

Com a falta de EDH, de uma educação que promova estes valores democráticos, no Brasil sofremos com o fato de que temos muitas vezes boas leis, mas que não correspondem à prática, justamente porque os cidadãos não conhecem seus direitos e não desenvolveram seu potencial crítico. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

9: Educação comunitária e direitos humanos

Esta aula defende que a escola se torne menos fechada e menos elitista. É preciso aprender na cidade, com a cidade e sobre a cidade. Mesmo o entorno da escola permite conhecer muitas coisas da realidade e assim desenvolver algum projeto que forme uma consciência crítica e de transformação social.

Este conceito é baseado na ideia de Paulo Freire, para quem a escola não pode ser hermeticamente fechada e sem ligação com a população e com o mundo. A escola deve se reconhecer como parte da realidade e como parte da transformação da sociedade.

É necessário que o professor tenha uma formação crítica, pois nem tudo o que se aprende com a cidade forma valores democráticos. Então, cabe ao professor coordenar esse processo de aprendizado, não permitindo que tome um viés pró-autoritarismo ou mesmo assistencialista.

12: Retardo mental. Autismo

Com esta aula, percebemos que nem todos os diagnósticos de retardamento mental são iguais. Eles se dividem em graus. 

Aqueles com retardo mental leve, com algum apoio na escola, conseguem se desenvolver em sua formação e até mesmo se integrar ao mercado de trabalho e podem formar uma família. Estes possuem uma boa autonomia, conseguem manter a higiene sozinhos.

Com um retardo mental moderado, ele precisará de um apoio maior, mas conseguirá se integrar, arrumar um emprego, mas contará com estímulos favoráveis para se desenvolver.

Com o retardo mental mais grave, ele será dependente de professores, pais e familiares preparados para acolher, para tratá-lo com carinho, com estímulos favoráveis e com a consciência da família de que ele não terá autonomia para se integrar e desenvolver sozinhos.

Quanto ao autismo propriamente dito, é possível perceber a criança desde a mais tenra idade pela grande indiferença aos adultos, à voz humana, ao afeto e o interesse em atividades repetitivas, movimentos repetidos. Tem dificuldade para mudar de rotina.

Na escola, costuma se isolar e não tem motivação para brincar com as outras crianças ou se envolver em jogos sociais. Resistem a coisas novas com agressividade. 

O professor deve tratar de forma individualizada com essa criança procurando integrá-la na sala de aula ou na rotina escolar.

Minha crítica a essa aula é que diagnosticou muito bem o retardo mental e o autismo, mas não entrou de forma mais profunda sobre como lidar com essas crianças. Claro que não se esperava algo como uma receita de bolo, mas seria interessante ao menos a proposta de uma linha de ação, como ponto de partida para um debate maior. Quem trabalha em escola já conhece o autismo e os diferentes graus do retardamento, então a aula pouco trouxe de novidade, muito embora a explanação tenha sido muito bem feita e com muita clareza.

11 : Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

Esta aula fornece importantes conselhos para lidar com um dos mais frequentes problemas em sala de aula, os alunos com déficit de atenção e hiperativos.

Em primeiro lugar, não cabe ao professor fazer o diagnóstico, já que não é sua área de formação, mas, uma vez que haja indícios deste transtorno, convém contactar a equipe escolar para que o aluno seja encaminhado para um profissional que possa identificar com precisão o que se passa com o jovem.

Quanto ao trabalho docente, o professor deve tomar algumas atitudes que ajudam a tratar pedagogicamente da situação, como por exemplo:

- Fazer o aluno se sentir útil. Facilmente entediável, o aluno vai se desinteressar de contextos onde ele não esteja integrado e onde tenha apenas participação passiva. É interessante dar tarefas, nem que seja apagar a lousa, buscar algo, anotar algo importante para colocar no mural da classe e etc. Pode parecer pouco, mas esse tipo de atitude realmente faz o aluno se sentir necessário.

- Elogiar boas ações e bom desempenho. Este tipo de aluno normalmente se destaca por aspectos negativos ou por más ações e se isso for sempre ressaltado pelos docentes, vai se tornar um circulo vicioso. Então é interessante demonstrar ao próprio aluno que ele também pode ser um exemplo positivo.

- Ajudar o aluno a se planejar e organizar. Monte um calendário de tarefas e atividades com o aluno em sua agenda e vá acompanhando para que ele o siga. Ao ter um cronograma claro do que fazer, o jovem terá mais chances de ganhar alguma estabilidade em seu rendimento.

Em uma estratégia de projetos, para que este aluno funcionar bem, estas três ideias acima devem ser aplicadas e o resultado pode ser muito bom, já que costumam ser alunos muito dinâmicos, que se potencializam em pedagogias ativas.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

8: Distúrbios alimentares (Anorexia e bulimia, obesidade)

Nesta aula, tomam vez os distúrbios alimentares e como eles devem ser encarados na escola. Estes problemas devem ser observados pelos professores de modo a identificar rapidamente alunos que sofrem com eles e tomar providências enquanto for tempo. 

Para facilitar, podemos dividir em dois grupos:

Anorexia e Bulimia. Podem ter causas neurológicas, psicológicas, estarem vinculadas com a ideia obsessiva da sociedade de culto à magreza ou surgirem quando da fase de transformações no corpo da criança durante a puberdade. 

Ambos são distúrbios que desregulam a alimentação do jovem, fazendo-o tomar métodos inadequados para emagrecer e formando nele a ideia constante de insatisfação com o corpo. 

A resolução dessas doenças são complicadas porque normalmente os jovens não cooperam, eles se mantém insatisfeitos com seu corpo e consideram suas "dietas" mais importantes que o tratamento. Não pensam que ao se alimentarem bem estarão se ajudando, mas sim se engordando. Assim, será necessário um acompanhamento com terapeutas, pediatras e até nutricionistas.

Obesidade. Pode ter causar genéticas, de maus hábitos alimentares, mas também fatores psicológicos, ou também o modo de vida extremamente sedentário. Normalmente os hábitos são obtidos na vivência com os pais e para que haja uma resolução de fato, é necessário que a família se reeduque. 

De forma alguma o problema da obesidade deve ser visto como uma busca pela magreza cultuada pela moda. A abordagem deve ser visando a saúde do indivíduo. Não é necessário se tornar um  modelo, mas obter costumes saudáveis na alimentação e no modo de vida. Quando o problema for de ordem psicológica, o tratamento especializado pode encontrar as causas e ajudar a criança a encontrar o caminho de sua mudança de atitude.

6: Educação comunitária e questões de gênero na escola

Esta aula retoma um assunto abordado superficialmente no módulo anterior, que é a temática de gênero.

A educação tem o papel de resolver os problemas da noção de igualdade de direitos entre o homem e a mulher. Muitos educadores acreditam que a escola não tem como trazer esse assunto para dentro do currículo por pensarem que é algo que não é um problema na escola. No entanto, basta conversar com a comunidade, com os alunos e etc, percebe-se que a desigualdade entre os gêneros é vista como natural.

A aula mostra um caso em que o entrevistado responde que pensa que é normal que a mulher mantenha a casa arrumada e não contrarie o seu companheiro para evitar o conflito com ele. Da mesma forma, muitos responderam que convivem com a violência entre gêneros, em especial do homem contra a mulher.

O trabalho com essa temática na escola, por meio de reuniões que envolvem a comunidade, trazendo como tema transversal desconstrói esses mitos e ajudam a formar a ideia de que os problemas entre gêneros se resolvem com o diálogo e partindo da premissa da igualdade de direito.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

7: Crescimento e desenvolvimento ponderal e hábitos alimentares

Esta aula trata das modificações no corpo da criança até a puberdade. O assunto é mais do interesse de quem trabalha com educação infantil ou quem se aprofunda em assuntos biológicos, mas é possível observar por um prisma interessante para aqueles mais versados nas ciências humanas.

As transformações físicas no indivíduo da infância até a adolescência influenciam em seu comportamento, com destaque especial para a puberdade, que se acentua no Ensino Fundamental II, em que se desenvolvem os órgãos sexuais e a virilidade no corpo masculino. Estes aspectos devem ser observados pela equipe docente que devem orientar o aluno sempre que preciso porque é uma fase de incertezas e descobertas.

A escola não deve ficar ausente de auxiliar os alunos a entenderem as mudanças que seu corpo passa e deve estar atenta ao seu comportamento, para que ele não desenvolva uma atitude agressiva.

5: Protagonismo juvenil e participação escolar

A aula segue o discurso do módulo anterior, em que com atividades baseadas em problemas e com metodologias ativas é possível promover o protagonismo do aluno na escola.

Alguns procedimentos são importantes para que essa estratégia funcione. A partir do grande tema trazido pela equipe docente, o aluno é quem deve construir a problematização relacionando com coisas que façam sentido na vida dele. O currículo de formação do aluno será ligado com os problemas da sua realidade, pensando na construção da sua cidadania.

O Professor Ulisses demonstra uma pesquisa feita com perguntas para um grupo de alunos que trabalhou com essa estratégia de projetos e com um grupo de alunos que seguiu com a pedagogia tradicional e percebeu que aqueles que são levados a desenvolver o senso de cidadania na prática, com metodologias ativas, possuem respostas muito mais conscientes do ponto de vista da convivência democrática, dos valores de solidariedade e justiça social.

O ponto fundamental desta aula e que é um desafio para as escolas do Brasil é fomentar uma pedagogia em que os professores tenham a ousadia de sair da sala de aula, que as equipes diretoras das escolas tenham a coragem de permitir instâncias de alunos, como grêmios e associações onde eles possam manifestar sua opinião e serem protagonistas da sua própria formação cidadã e crítica.

Valores não se aprendem com discurso, mas com vivência. Cidadania não é teórica, mas atitude. A participação do jovem como protagonista é um caminho difícil, o aluno é imaturo, por vezes inconsequente, mas tolher sua participação enquanto adolescente é criar um adulto acomodado, acostumado a não ser levado em consideração e acostumado a pensar que política é apenas um jogo de poucos, inacessível.

4: Saúde do professor

Esta aula trata de doenças que podem atingir professores que estão em condições de trabalho desfavoráveis.

Uma parte da classe docente no Brasil, em especial nas escolas públicas, estão sujeitos à estresse, problemas na voz, depressão e uma excessiva irritabilidade que pode trazer doenças e sentimentos ruins de insatisfação com a vida.

A aula defende que estes professores devem procurar conversar com seus pares para buscar soluções, já que assim o professor não se sentirá sozinho. Deve também buscar ajuda clinica preventiva, aprender a usar a voz sem forçar e ainda manter-se psicologicamente harmonioso.

Considero que esta aula é apenas um paliativo. Aqueles que pegam uma carga horária excessiva na rede pública, em escolas mal organizadas e classes cheias não terão como realizar um bom trabalho sem que o governo trabalhe seriamente em mudar essa conjuntura. É claro que muitos sofrerão problemas de saúde, enquanto que muitos outros buscarão escolas com ambiente mais agradável para trabalhar.

3: Introdução: saúde na escola

O Professor Li Li Min realiza uma aula introdutória onde aponta diversos exemplos que fundamentam um mesmo argumento: que a educação tem influência na saúde e na qualidade de vida.

Muitos estudos demonstram que quanto maior o nível de educação, mais aumenta a expectativa de vida. Isto está relacionado não somente com a prevenção de doenças, mas como também com a diminuição da violência, com uma sociedade cada vez mais civilizada.

Entre os assuntos que o Professor aborda como exemplos de como a saúde pode ser trabalhada na escola estão o caso das drogas, das DST's, da educação sexual, da depressão infantil, dos efeitos do bullying, entre outros. Trabalhar temas transversais visando a saúde do indivíduo é uma necessidade pois só se pode obter uma  sociedade democrática se ela for sã e saudável.

É bom ressaltar que o Professor não aprofunda nenhum assunto, mas apenas sinaliza que serão tratados de forma separada nas próximas aulas.

2 - Fórum escolar de Ética e de Cidadania

A aula defende a existência de um fórum que reúna representantes das camadas escolares e da comunidade, desde comerciantes, até membros de ongs ou de igrejas locais, todos aqueles que estiverem interessados nos problemas da região.

A escola então pode articular com as instituições e líderes da comunidade a busca de soluções para os problemas locais, por meio da estratégia de projetos.

É uma proposta avançada de ligar a pedagogia baseada em projetos de fato com as questões do entorno escolar, tornando a escola útil para a comunidade e um espaço em que aprendizagem caminha junto com ação e com a prática da cidadania.

Por outro lado, ao colocar a comunidade como protagonista da busca de soluções para os problemas locais, a escola por meio deste fórum estará promovendo os valores democráticos, como a preocupação política de cuidar do local onde se vive e conviver democraticamente com as pessoas próximas.

1 - A escola e as relações com a Comunidade

Nesta aula, o Professor Ulisses coloca o problema da ligação da escola com a comunidade. Muitas vezes o currículo escolar fica preso dentro dos quatro muros e não se integra com o entorno, com o bairro e mesmo com as famílias dos alunos.

A aula defende que o currículo deve incorporar recursos da cidade, em especial das proximidades como espaço e objeto para a aprendizagem. Mesmo com uma volta no quarteirão da escola é possível identificar diversas sutilezas no cenário que podem levar a uma reflexão que se relaciona com as disciplinas tradicionais. 

Considerando a estratégia da pedagogia de projetos, ao levar os alunos para caminhar no entorno, podemos também abrir espaço para que, ao se deparar com as situações vistas na rua, ao ar livre, os alunos podem levantar questões que podem ser pesquisadas do ponto de vista dos temas transversais e dar origem a um projeto.

sábado, 29 de outubro de 2011

27: Práticas de cidadania

A Professora Patrícia procura instrumentalizar nesta aula aqueles que desejam realizar alguma prática cidadã em comunidades carentes ou em grupos culturais muito específicos.

O primeiro ponto levantado, de grande importância, é que não basta o projeto ser bem elaborado e ter embasamento científico. É preciso antes fazer um reconhecimento dos valores e da mentalidade da comunidade. Por mais que o projeto esteja bem montado, ele pode entrar em choque com as ideias enraizadas e até ser boicotado por parte da população local.

Depois do reconhecimento, é necessário estabelecer parcerias com lideranças e representantes locais que possam auxiliar na aproximação com a população. É importante demonstrar para estes representantes como o projeto é importante e pode ajudar aquela comunidade.

Junto com os representantes e com todo o embasamento formado a partir do reconhecimento da comunidade, devem ser focadas as necessidades reais daquela população e daquele local. Deve ser questionado: "quais são as demandas?"

Problematizando as demandas, é possível procurar soluções e aplicar efetivamente o projeto, consolidando a prática da cidadania, afetando positivamente a comunidade com os valores democráticos e promovendo uma sociedade mais justa.

26: Estratégia de Projetos e Educação em Valores

Esta é uma continuação da aula anterior. Aqui, compreendemos mais especificamente como as disciplinas se subordinam ao projeto transversal e ajudam a trabalhar os valores no aluno.

Temos o exemplo da matemática no cálculo de renda per capta e outros valores econômicos, inclusive para doação de brinquedos para outras crianças. A língua portuguesa serviu para que os alunos conseguissem desenvolver histórias em que narravam a problemática do trabalho infantil e as soluções possíveis, assim como a elaboração de poemas enviados por carta para outros alunos. 

O mais importante nestes exemplos é compreender que o espírito desta atitude é fazer com que a disciplina ganhe sentido ao estar voltada para um projeto que tem relação com a realidade e com os problemas sociais, despertando nos alunos a consciência e os valores necessários para a convivência democrática e a não aceitação das injustiças.

25: Estratégia de Projetos e a Construção da Rede

Esta aula concretiza os conceitos formados durante as outras aulas da disciplina, sobre como utilizar a estratégia de projetos, demonstrando que deve envolver toda a comunidade escolar.

A equipe escolhe um tema amplo, relacionado com os valores que se quer trabalhar. A partir daí apresenta o tema aos alunos para que eles demonstrem em quais áreas têm mais interesse e os docentes devem orientar os alunos a formularem perguntas, problemáticas sobre o que mais lhes despertou curiosidade.

Neste momento, o planejamento das aulas não será mais individual e separado hermeticamente em disciplinas, mas em forma de rede, tendo como núcleo o projeto e expandindo para as áreas disciplinares, que estarão articuladas entre  si para ajudar a responder as problemáticas levantadas.

Esta é uma forma de trabalhar a transversalidade sem cair em temas superficiais e mantendo a ligação entre as disciplinas. É um modo de somar a facilidade de se dividir o conhecimento em partes disciplinares, o tal do "pensamento simplificador", só que sem perder de vista que a realidade não é disciplinar e por isso o projeto, o ponto central do estudo, não é fatiado em disciplinas, apenas as utiliza.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

28: O fenômeno do Bullying

O bullying é um termo em inglês que não tem um paralelo na língua portuguesa. No contexto usado na aula, podemos definir como um tipo de ação, contínua, em que há violência de um ou mais alunos contra algum outro aluno.  Esta violência pode ser direta, como em caso de agressão física ou roubo ou indireta, como difamação ou fofoca. É preciso ressaltar que uma ação casual e isolada não constitui o bullying.

Uma característica importante é que o bullying normalmente acontece sem motivação. Ele surge pelo estranhamento de alunos que fogem ao padrão, seja em comportamento, aparência física ou mesmo classe social. Entretanto, distúrbios de comportamento, como hiperatividade de algum aluno, pode levar os colegas a praticarem bullying com ele, em especial se a vítima estiver em situação indefesa.

Tradicionalmente, as crianças e adolescentes acreditam que este fenômeno é inevitável e que é preciso conviver com ele. O que se defende é que com uma educação que trabalhe valores e o respeito o bullying acaba perdendo o terreno fértil e muito embora seja inevitável que existam brincadeiras entre os alunos, a prática constante de humilhação e agressão contra uma vítima específica será muito dificultada pelo próprio ambiente escolar, inclusive pelo clima de respeito mútuo que se cria entre os próprios alunos.

23: Assembléias escolares e democracia escolar

A Escola Comunitária de Campinas tem um projeto em que os alunos podem opinar e discutir por meio de Assembleias, organizadas com regras onde o aluno aprende a esperar sua vez de falar, escutar os colegas e resolver problemas pelo diálogo.


É mostrado um exemplo onde se discute o preço dos lanches da cantina. Um incauto poderia definir que a Assembleia fracassou ao não conseguir negociar os preços com o cantineiro. Contudo, é preciso compreender que o método de trabalho democrático não mede seu êxito pelo sucesso desta ou daquela proposta e sim por semear os valores da convivência democrática entre os alunos e toda comunidade escolar.

Devemos ressaltar que no decorrer do processo que levou os alunos a conversarem com o dono da cantina, eles discutiram temas voltados para a economia, logística, matemática e puderam compreender melhor como funciona a sociedade, relacionando estes temas com a realidade, diferente do método comum da educação brasileira, onde estes assuntos seriam trabalhados fatiadamente em disciplinas.

Algo interessante que é levantado nesta aula é que a Assembleia é fruto de todo o trabalho democrático na escola. Ele coexiste com toda a estrutura escolar voltada para este paradigma. Não se pode implementar a Assembleia abruptamente em um ambiente acostumado com a educação tradicional porque ela não seria compreendida e não resolveria eventuais problemas disciplinares.

Necessário também é preparar toda a equipe docente e demais funcionários para uma realidade onde eles poderão ser contestados, ainda que educadamente, pelos alunos. É preciso que toda a comunidade, e não só os estudantes, se acostumem e compreendam o projeto da escola.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

22: Prática de projetos e transversalidade em sala de aula: questões de Gênero no cotidiano escolar

Esta aula é a primeira a abordar as questões de gênero na educação, o que é curioso já que o tema está no cerne da discussão de valores na sociedade.

Uma Professora que participou de alguns instantes da aula disse que homens e mulheres são iguais e por isso devem ser tratados igualmente. Concordo com a igualdade de tratamento, mas penso que existem diferenças entre os gêneros. Podemos perceber que a constituição física não é idêntica e estudos neurológicos defendem que homens e mulheres não pensam e não usam os sentidos da mesma forma.

A questão então é não negar as diferenças, mas apontar que elas não devem ser justificativa para o machismo e nem ao menos para que manter a visão sexista que a Professora critica no final da aula, sobre as filas de alunos separadas entre meninos e meninas. Estas são visões que devem ser superadas e o trabalho educacional é parte importante para formar uma sociedade em que a mulher não seja explorada ou vista como menos capaz. 

Vejo que a aula, porém, limita o tema de gênero e que poderia se expandir para pontos que estão sendo cada vez mais discutidos em todos os espaços, inclusive a escola, como a homofobia e os direitos dos homossexuais.

21: Sentimentos e afetos como tema transversal

Nesta aula, a sensibilização do aluno por meio do foco em sua dimensão afetiva é discutida como parte da estratégia de projetos.

O objetivo é fazer com que os alunos saibam lidar com seus sentimentos no âmbito dos seus valores, de modo a que compreendam seus valores e possam relacioná-los com a cidadania. Uma das formas de se chegar a isso é compreender os diversos tipos de sentimentos, como em um exemplo onde a professora problematiza a reação que os alunos dizem ter a cada sensação.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

24: Diversidade/pluralidade cultural na escola

A Professora Daniele trata da pluralidade cultural nas escolas brasileiras. Em um dos momentos mais elucidativos da aula, é apontado que três atitudes abordam de maneira insuficiente ou mesmo completamente fora das noções democráticas o assunto.

1. Encarar a diferença no outro como fonte de mal, como algo a ser corrigido, como um defeito.

2. Encarar o outro de forma estereotipada e exótica, como se ele fosse o modelo ideal de determinada cultura. Por exemplo, um aluno de família com traços étnicos-culturais diferentes da maioria da classe como se ele fosse a representação daquela cultura diferente e não como se ele, tal como os demais, fosse influenciado por diversas culturas com as quais ele interage. 

3. Ver a diferença como algo apenas a se tolerar. A tolerância é importantíssima como passo inicial para a convivência, mas não se pode limitar a ela. É necessário partir da tolerância para a compreensão do outro e de seus valores.

A convivência democrática dentro da pluralidade cultural é tema muito rico para ser trabalhado de forma transversal na escola. Considero pertinente ao assunto o texto de Julia Antoun, que diz aquilo que eu mesmo argumentaria:


Tolerância faz a gente melhor?
por Julia Antoun, segunda, 17 de outubro de 2011 às 01:58

Não faz muito tempo, uma professora que admiro muito dava sua aula sobre os ideais humanistas do século XVIII, e estava fazendo uma comparação com os nossos anseios atuais. As palavras de ordem humanistas que mais emitimos embusca da evolução consciente coletiva. Até que alguém soltou a palavra "Tolerância".

Ela disse: "Isso! Tolerância. Odeio essa palavra, mas sim, Tolerância! Pensamento muito vigente!"

Por muitos segundos, fiquei em choque. Como assim a professora odiava essa palavra? O que a faria odiar?
Tolerância é, com certeza, um dos conceitos mais em voga na nossa sociedade. Tolerância é tida como a palavra de ordem anti-preconceito. Anti-preconceito de tudo. Xenofobo, homofóbico, nazi-fascista, inter-racial, social, econômico, comportamentos, manias... Tudo.

Tolerância é o que se exige para que todos possam conviver com suas diferenças.

Mas a professora continuou, desafogando-me um pouco do que ela quis dizer, mas insistindo em me instigar:
"Sério, como odeio essa palavra. A gente não tem que tolerar. A gente tem que entender. Quem 'tolera', não aceita. E as coisas que se supõe que deve haver tolerância não são refletidas, só são tratadas como algo que se deve engolir. A tolerância cega as pessoas. Quem não quer aceitar, se sente pressionado a tolerar, para não passar por intolerante, algo feio, segundo a sociedade. Tolerância é máscara dos preconceitos. Ao invés de extirpá-los, as pessoas fingem que está tudo bem. Até alguém não fingir, e matar outra pessoa por ser diferente do mundo do assassino".

Bingo.

Aquilo fez muito sentido. A aula continuou, eu tentei sossegar um pouco meus pensamentos pra prestar atenção na matéria. Mas assim que saí de lá, e até hoje, essas palavras retumbam na minha cabeça.
Porque eu fiquei incomodada. Apesar daquilo fazer muito sentido, ser um ponto de vista inegavelmente inteligente e bonito, e eu de certa maneira concordar, fiquei pensando porque aquilo ainda tinha um tom radical pra mim.


A conclusão a que cheguei pode ser óbvia, mas ela passou por alguns testes até ser de fato clara, e não auto-enganadora (ou assim eu me sentir.). Algo que me tranquilizasse.

Quando a professora pensava na Tolerância, pensava nas pessoas aceitando o conceito goela abaixo, ou empurrando-os goela abaixo, sem pensar porque de fato estavam fazendo isso, sem pensar porque não era bom ter seus preconceitos. Talvez ela achasse que a Tolerância sufoca a Compreensão. Porque pra maioria das pessoas, até quem se diz com poucos preconceitos, é isso mesmo que ela faz.

Ao invés de usar o cérebro e seu poder de observação e de reflexão, muitos apenas se contentam em "respeitar as diferenças". Sem saber devidamente porque deve às diferenças o respeito que lhes cabe. Toma-se o "cada um é cada um" como a frase cega do respeito. Não se pensa porque tem de aceitar, mas apenas aceita que existe.

A exemplo, não adianta tolerar que uma pessoa de baixa renda possui erros gramaticais em sua fala e gosto pouco sofisticado se você não compreende da onde vem. Se você só aceita as respostas "má formação", "Educação precária" e "pouca oportunidade social". Não adianta saber o que é isso. Você precisa entender o que é isso. Imaginar o quanto isso afeta. Imaginar o quanto nós mesmos somos influenciados pelas coisas que chegam até nós. E o quanto é difícil sair disso quando não há nenhuma apoio no meio que lhe permita. Por mais que casos isolados se gente que conquistou isso sem ajuda de ninguém aconteçam. Não é fácil.

Esse é um simples e próximo exemplo do tamanho do desconhecimento que temos sobre as pessoas. Não sabemos o que elas passaram, o que elas sentem, as pequenas impressões que marcaram suas vidas, nem como seus corpos funcionam, como seu sistema sensitivo é atingido, como um fato pode ter influenciado na sua mente...

Tentar perceber da onde vem as diferenças, tentar compreendê-las, é que faz potencialmente com o que o preconceito suma.

Quanto mais a gente é sensível ao mundo pessoal dos outros, melhor atingimos esse tipo de compreensão.

Isso, no entanto, é o que devemos buscar como comportamento para sermos  Seres Humanos melhores. Mas nem sempre as pessoas conseguem atingir esse Estado de Compreensão. É aí que a Tolerância se faz necessária, porque enquanto não se compreende, é necessário tolerar.

E aí descobri meu incômodo com a fala da minha professora.

Entendo o ódio dela pelo uso da Tolerência como uma máscara das pessoas para agir tudo no automático, sem pensar, sem saber o que está fazendo, sem entender, sem refletir. Sem tentar extirpar seus preconceitos.
Esta é uma tarefa que devia ser de todas. Mas enquanto a gente não atinge a Compreensão, a Tolerância se faz necessária. Uns param na Tolerância, e essa é a merda. Outras continuam buscando a Compreensão.

Mas então Tolerância não deve ser uma busca para sermos uma sociedade melhor. Tolerância é só parte de um caminho.

20: Violência e educação UNIVESP TV: Violência nas escolas

Nesta aula, há uma reflexão sobre a violência nas escolas, que inicia com um diagnóstico sobre quais os tipos de violência afetam a escola. Existem aí as questões do entorno da escola que penetram a escola, como gangues ou o crime organizado, bem como a violência familiar que afeta os alunos ou ainda o comportamento violento de alunos.

Defende-se que não se deve tratar os alunos com uma visão pré-estabelecida de que a localização da escola é em um bairro violento e de que os alunos são intrinsecamente violentos. Pelo contrário, é possível formar laços com a comunidade, para que esta valorize a escola e, deste modo, a protejam da violência e cuidem dela.

É também interessante fazer conexão com outras instituições, como as de saúde, para ajudar alunos que sejam afetados até mesmo psicologicamente. Assim, é fundamental compreender que a escola sozinha não pode resolver o problema da violência, que é um problema social de proporções muito maiores que a escola tem capacidade de abarcar. Entretanto, a escola deve estar voltada para, junto com a comunidade e com outras instituições, para a conscientização e para harmonizar as relações interpessoais.

Entra aí a importância de trabalhar com projetos que formem valores não-violentos, democráticos, de solidariedade e levando em conta o lado afetivo dos envolvidos de modo a que a escola e o que ele aprende na escola seja considerado importante para a vida de cada um dos alunos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

19: Podem a ética e a cidadania ser ensinadas?

Nesta aula, o Professor José Sérgio Carvalho apresenta o debate na Grécia clássica sobre se é possível ou não ensinar valores aos cidadãos da pólis. Se ética, solidariedade, etc podem ser transmitidas por um mestre ou por algum método de ensino.

Em determinado momento, fala do julgamento de Sócrates, onde este, acusado de corromper a juventude, questiona então que, se podem acusá-lo disso, é porque sabem definir o oposto, ou seja, é porque sabem o que é bom para a juventude. Demonstra aí que é possível adestrar um cavalo, mas que um ser humano não funciona da mesma forma, apenas assimilando o que lhe é passado sem reflexão.

Na parte final da aula, aparece o exemplo de que os jovens gregos aprendiam a tocar cítara para desenvolverem a temperança. O mestre deste instrumento musical, obviamente não ensinava verbalmente o valor da temperança, mas por meio da ação dos alunos, eles aprendiam a dosar sua atitude. 

Nos dias atuais, é como quando se aprende a jogar sinuca, você precisa desenvolver a ideia de que nem sempre usar toda força ou todo afinco resulta em êxito, assim como outros jogos, hobbies ou atividades que parecem ser meramente de lazer podem nos levar a aprender com a prática valores e princípios que usaremos de forma muito mais profunda em nossas vidas. Este conceito concorda com a ideia da aula anterior de que o aprendizado não se restringe à sala de aula e às disciplinas tradicionais.

18: Educação integral

A percepção que se pode formular sobre o funcionamento da escola mostrada em São José dos Campos sobre o seu método de educação integral permite ideias interessantes:

1. A escola inteira é um espaço de aprendizado. A noção de "aprendizagem" se expande para além das salas de aula.

2. Os alunos podem desenvolver os seus conhecimentos e habilidades levando em conta seus interesses e sua subjetividade. Eles podem escolher ateliês, oficinas e aprender em contextos totalmente diferentes da aula tradicional.

3. O corpo, a dança, o aspecto físico é integrado ao estudo. 

4. O educador faz uma mediação constante para que o aluno consiga se desenvolver adequadamente nas oficinas. Alguns educadores até mesmo ficaram surpresos com a metodologia que exige uma preparação muito maior deles, para além de suas disciplinas. Eles precisam saber fazer a ponte entre a realidade social e as suas disciplinas.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

17: Pedagogia de Projetos

Este é mais um vídeo que mostra exemplos de como trabalhar a interidisciplinaridade, defendendo que o diálogo e a vontade do professor para estabelecer este tipo de pedagogia são indispensáveis.

É mostrada uma metodologia ativa, onde os alunos participam de um debate sobre a escravidão no Brasil colonial, depois conhecem de perto locais históricos e tomam iniciativas como a criação de uma história em quadrinhos.

O Professor Ulisses, com um gráfico, demonstra como este tema pode ser trabalhado no âmbito dos valores democráticos, nas demais disciplinas tradicionais, sustentando a ideia de que estas disciplinas devem se subordinar ao projeto transversal.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

14: Projetos

O Professor Nilson aponta que os projetos dão sentido à vida, traçam rumos para a ação.

Três aspectos são bem importantes:

1. O projeto pressupõe riscos, necessita de planejamento e de metas. É preciso organizar e pensar a ação para minimizar os riscos, porém, se não há qualquer risco, não há necessidade de um projeto.
2. A pessoa tem que estar envolvida com o projeto. Não é possível ter projeto pelo outro, assim como não é possível viver a vida do outro.
3. Existem projetos aceitáveis e aqueles não aceitáveis. Algum que envolva criminalidade, tirania, violência gratuita não podem ser aceitos por uma educação voltada para a convivência democrática.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

13: Conhecimento em rede

O Professor Nilson admite inicialmente que ninguém, declaradamente, entende que o processo de aprendizagem é como um "balde", onde o docente apenas enche o aluno com o conhecimento. Entretanto, estas noções permanecem vivas de forma sutil, como quando o professor entende alguns alunos como naturalmente limitados ou procura medir o conhecimento através de provas, como se quisesse medir a profundidade do balde.

A partir daí, critica a forma cartesiana de encadear em um caminho único o conhecimento, que toma a lógica do mais simples ao mais complexo. Este método é muito comum em sistemas apostilados ou mesmo em livros didáticos, com a dinâmica de capítulos, onde o professor advoga que o capítulo anterior é necessário para a compreensão dos seguintes.

Ao invés disso, o Professor propõe uma forma de desenvolver o conhecimento em rede, entendendo o processo não como um caminho, uma estrada, mas como um mar aberto, onde se pode rumar relacionando assuntos e temáticas que podem variar de acordo com o aluno, com as suas dimensões psicológicas - expostas na outra disciplina -  e seus interesses ou necessidades.

16: A construção de valores e a dimensão afetiva

Nesta aula, a Professora Viviane demonstra por meio de pesquisas, a relevância de se trabalhar os sentimentos e o lado afetivo dos alunos em uma educação voltada para valores e cidadania.

É demonstrado que ao lidar com o lado afetivo, é possível provocar sentimentos que despertem a consciência daquele aluno. Notadamente, quando o aluno desenvolve culpa ou vergonha é porque algo mexeu com seus valores e ele se conscientizará de que agiu errado ou que poderia ajudar seus amigos a adotarem uma conduta positiva diante de uma situação.

Tomemos aqui, por atitude positiva, como aquela voltada para os valores da sociedade democrática e da convivência civilizada. Um desses valores, demonstrado no vídeo, é a generosidade. Em uma pesquisa, aqueles que não possuem este valor, não sentem qualquer culpa ou vergonha por não ajudar um amigo quando necessário. No entanto, quando este valor foi desenvolvido no jovem, ele sentiria culpado ou mesmo teria vergonha de adotar uma postura egoísta.

Ao adotar uma metodologia ativa em um projeto, que promova os valores democráticos, a escola deve observar também o lado afetivo e os sentimentos que os alunos manifestam em situações em que precisam tomar uma decisão, estes momentos demonstrarão quais são os seus valores e qual a sua consciência.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

15: Dimensões constitutivas do sujeito psicológico

O Professor Ulisses critica as teorias baseadas no pensamento simplificador para decifrar o comportamento humano.

Estas teorias, como apresentadas na primeira semana, tomam uma parte para explicar o todo. Como o médico que explica o pensamento humano através só do cérebro sem levar em conta a afetividade, ou outras teses que partem a partir só do afeto e do emocional, ou somente da linguagem e da leitura do mundo externo ou apenas a partir do meio cultural.

Na escola, isso resulta em equívocos simplistas para caracterizar as causas de determinado comportamento do aluno, apostando em apenas um fator sem levar em conta a complexidade. Casos mais comuns são os pais que estão se separando, ou a estrutura familiar debilitada, ou ainda a condição econômica do aluno. Claro que estes fatores podem contribuir, mas devem ser vistos em seu lugar, isto é: como uma parte que interage com um todo, que deve ser analisado meticulosamente.

10 (Univesp TV): Interdisciplinaridade e transversalidade na educação

Nesta aula, nos é apresentado um caso em que a transversalidade é aplicada de forma profunda. Uma escola nas proximidades de um rio, que é utilizado para estudo desenvolvendo valores como cooperação, cidadania, ideias ambientais.

A grande questão desta aula é que as disciplinas envolvidas, geografia, língua portuguesa e química, passam a ser um meio para desenvolver o projeto. O Professor Nilson defende esta concepção com o argumento de que, estudar, por exemplo, matemática como um fim, é coisa para quem pretende ser matemática. Para o cidadão, a matemática e outras disciplinas tradicionais fazem muito mais sentido como um meio para sua formação e de seus valores.

12: Perspectivas atuais da educação em valores

O Professor Ulisses critica concepções muito limitadas de transversalidade em que o projeto não liga a escola com a comunidade ou com o cotidiano dos estudantes.

Sua proposta é de articular a comunidade escolar e não-escolar dispostas por meio de um fórum que tenha como eixos de atuação: direitos humanos, ética, inclusão social e convivência democrática. Portanto, quatro temáticas voltadas para desenvolver positivamente as relações sociais da comunidade.

Este fórum deve discutir qual o tema exato a ser trabalhado no próximo período, que pode ser por exemplo, um semestre.

Então, o Professor argumenta que muitas vezes a problemática escolhida pode estar bem perto, no entorno da escola e a proximidade física facilita o uso de uma metodologia ativa e mesmo de aproximar o tema transversal da realidade do aluno.

Ao lidar com o tema de forma ativa e problematizá-lo, o aluno pode abrir várias questões que devem ser trabalhados nas disciplinas tradicionais. Assim, as disciplinas se tornarão um meio para potencializar o projeto, instrumentalizando os estudantes para que eles consigam aprofundar seus estudos dentro dos temas transversais.

11: Perspectivas atuais das Pesquisas em Psicologia moral

A aula começa definindo do que se trata o sujeito psicológico e defende que ele se forma a partir de aspectos afetivos, biológicos, cognitivos e sócio-culturais. Com isso, cabe entender onde se desenvolvem os valores morais, no que a Professora Viviane argumenta que isso se dá no setor afetivo, ainda que este se relacione com os outros três.

A formação dos valores se daria por meio do campo afetivo porque é neste que há uma relação com o exterior onde se formam gostos e sentimentos sobre objetivos, relações ou pessoas e é justamente quando se desenvolve afetividade, que se passa a valorizar algo, isto é, aquilo pelo qual temos afetividade passa a ser um valor.

É bom lembrar que o oposto também ocorre: a criação de laços negativos, de antipatia.

A Professora Viviane passa então a aprofundar a ideia apresentada na aula 8, de que os valores são hierarquizados em nossa mente, sendo que alguns são centrais e outros mais periféricos. Assim como diversos tipos de valores podem ser formados, o de responsabilidade, de preconceito, etc.

Desta aula, cabe compreender que a escola, com o uso da transversalidade, deve construir valores democráticos nos educandos. Um projeto transversal deve trabalhar estes valores com a reflexão e com metodologias ativas, já que a afetividade não se obtém por meio de aulas meramente expositivas.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

9: Ciência e Educação

O Professor Luis Carlos apresenta a ciência como uma linguagem que, conforme o aluno conhece e consegue decodificar por meio de seu aprendizado escolar, pode utilizar em sua vida cotidiana, desde a leitura de um jornal, até a bula de um remédio.

A partir daí, o Professor defende que conhecer a ciência tem importância para a realidade do aluno enquanto cidadão. Instrumentalizado, ele poderá melhorar sua alimentação, ampliar o senso crítico e acrescento, levar uma vida com uma preocupação maior com a preservação ambiental, porque será esclarecido sobre como fazer isso e quais os impactos.

Esta aula tem uma grande importância por fazer uma ponte entre as ciências exatas e a cidadania. Apresenta como mesmo a matemática não é um fim em si, mas pode, como defendido em aulas anteriores, ser um meio para temas transversais.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

8: A construção psicológica dos valores

A construção dos valores, em um âmbito psicológico está vinculada aos laços afetivos, aos gostos subjetivos sobre pessoas, objetos, relações, lugares ou a si mesmo.

O Professor Ulisses exemplifica a afirmação acima com o gosto pela escola: alguns alunos gostam da escola. Outros, por algum motivo, desgostam e por isso, em seus valores, nada há de errado em depredar ou em sujar seu espaço.

Estes valores são construídos de acordo com a formação da identidade e da personalidade e este processo vai além dos primeiros anos de vida, contrariando a ideia do senso comum de que até os 5 anos o "caráter" é construído. Na realidade, a tendência atual está em considerar o meio em que o sujeito vive como capaz de influenciar seus valores, daí o papel da escola em trabalhar valores desejados para a sociedade democrática, para a cidadania e para a ética.

6: Temas Transversais em Educação

A Professora Valéria trata de dividir a inserção da transversalidade no currículo em dois paradigmas.

No primeiro, temos as disciplinas como um fim e as práticas transversais como acessório. Alguns dos exemplos citados são:

- Em atividades pontuais com temas transversais dentro de alguma disciplina. Podemos citar o exemplo de algum projeto de uma semana que algum professor resolva aplicar, sem qualquer continuidade.
- Quando os valores da cidadania já são trabalhados intrinsecamente dentro de cada disciplina. 
- No caso em que um profissional é trazido para tratar de forma externa às disciplinas de algum dos temas, como ética. Muito comum nesta categoria são as palestras, oficinas.
- Os projetos interdisciplinares, em que determinado tema é trabalhado por diversas disciplinas, sem existir o diálogo entre elas.
- Tratar de valores e ética em momentos oportunos, totalmente ocasionais sem qualquer sistematização.

Estes métodos são criticados por sua falta de planejamento entre os professores para aprofundar o tema transversal e por não romperem de fato com a disciplinarização.

A partir daí, a Professora apresenta o novo paradigma, que defende que as disciplinas devem ser um meio para se tratar, como prioridade, dos valores transversais. Estes valores devem ter relação com os problemas e a realidade de cada comunidade.

Os conteúdos tradicionais não devem ser abandonados, mas não serão mais a finalidade, e sim um meio para se atingir o fim maior, a cidadania.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

5: O conceito da transversalidade

O professor Ulisses inicia citando algo muito real, a resistência dos professores aos temas transversais. Argumentos como "o que matemática tem a ver com violência, não estou habilitado para trabalhar sobre violência, contrate alguém especializado nisso" realmente aparecem.

Então, entende-se que o tema transversal recebe esse nome porque ele atravessa transpassando todas as disciplinas tradicionais e não se encaixando, de fato, dentro de nenhuma. Deste modo, não se pode mesmo trabalhar a violência como sub-tema da matemática ou da química, mas em um projeto que leve diversas disciplinas e trabalharem o assunto por prismas diferentes.

Uma outra abordagem pertinente foi sobre a escolha do tema. É comum vermos a escolha de temas ingênuos como "Copa do Mundo", "Dia dos pais", que dificilmente conseguem estabelecer um sentido entre as disciplinas e um fim em comum. O tema escolhido deve ter como norte a melhoria de vida da sociedade e este deve ser o fim comum, que tenha ligação com a realidade dos alunos e que atravesse as disciplinas. 

Um tema sugerido pelo professor foi "Drogas", que trata de um problema real que assola a juventude em idade escolar e que tem muito mais à acrescentar do que, por exemplo, a "Copa  do Mundo", onde tradicionalmente os diversos professores passaram trabalhos bimestrais sobre o assunto, abordando o país-sede, a história das copas, as bandeiras dos participantes, as estatísticas, etc, sem qualquer reflexão.

7: Educação e Ética

Nesta vídeo-aula, partimos da tese de que é inevitável transmitir valores quando se pratica a atividade docente. A partir daí, podemos considerar que estes valores podem ser positivos ou perversos e incidirão sobre a formação da autonomia dos alunos.

Uma passagem muito interessante diz que a ética se desenvolve na prática, são valores que se obtém no dia a dia, muito mais do que pela via teórica. E em outra passagem, a questão da ética é colocada como uma forma de guiar um comportamento aceitável para lidar com os outros, com os diferentes de maneira saudável, o que a professora coloca como a "vida boa" no conceito grego.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

2: Os caminhos da interdisciplinaridade

O Professor Ulisses inicia a aula com o uma introdução ao pensamento científico nos últimos séculos. Seu enfoque é a ideia do "pensamento simplificador", que separa em três características: a disjunção, a redução e a abstração.

A Disjunção, tem o papel de separar o "todo" em "partes" para facilitar a compreensão. É uma forma de ver o "todo" por diversos pontos de vista, citando o exemplo da água sendo estudada por meio da física, da química ou da biologia.

A Redução procura simplificar o "todo" para uma "parte" que contenha aspectos que permitam deduzir ou explicar a totalidade. Esta forma de trabalhar, de acordo com o Prof. Ulisses pode causar um problema: cair em um simplismo vulgar, onde a maior parte do "todo" seja ignorada e a parte estudada seja superestimada em análises.

A Abstração é colocada como uma forma de conhecer algo sem precisar ver concretamente, através do campo abstrato, do campo matemático ou ainda do campo virtual. Neste método, há o risco de se cair em uma mera teorização que simplifica a realidade.

Na segunda metade da vídeo aula, o Prof. Ulisses se preocupa em apresentar três formas criadas para superar esse "pensamento simplificador", que embora tenha sido muito útil nos últimos séculos, de industrialização do mundo, encontra-se defasado.

O primeiro método é a transdisciplinaridade, que enfoca o estudo de temas que extrapolam as fronteiras disciplinares, formando uma nova disciplina com base em algum problema da realidade objetiva.

O segundo método é a multidisciplinaridade, quando diversas disciplinas são utilizadas para estudar determinado fenômeno, sem a necessidade, porém, de diálogo direto entre as disciplinas. Trata-se de uma espécie de soma das disciplinas, sem no entanto, mesclá-las.

Por fim, é apresentada a interdisciplinaridade, que é vista como o modelo a ser alcançado. É quando duas ou mais disciplinas estudam um fenômeno, mas que diferentemente da multidisciplinaridade, há diálogo entre elas. É necessário encontrar um projeto onde haja um planejamento comum entre as disciplinas, nesse aspecto também supera a transdisciplinaridade, porque embora busque alguma questão da realidade, não cria uma nova disciplina, mas promove um estudo concomitante de diversos aspectos disciplinares, superando também o pensamento simplificador.

Observação: a vídeo aula está com áudio muito mais baixo que as demais e esse fato dificultou a concentração.