terça-feira, 27 de setembro de 2011

2: Os caminhos da interdisciplinaridade

O Professor Ulisses inicia a aula com o uma introdução ao pensamento científico nos últimos séculos. Seu enfoque é a ideia do "pensamento simplificador", que separa em três características: a disjunção, a redução e a abstração.

A Disjunção, tem o papel de separar o "todo" em "partes" para facilitar a compreensão. É uma forma de ver o "todo" por diversos pontos de vista, citando o exemplo da água sendo estudada por meio da física, da química ou da biologia.

A Redução procura simplificar o "todo" para uma "parte" que contenha aspectos que permitam deduzir ou explicar a totalidade. Esta forma de trabalhar, de acordo com o Prof. Ulisses pode causar um problema: cair em um simplismo vulgar, onde a maior parte do "todo" seja ignorada e a parte estudada seja superestimada em análises.

A Abstração é colocada como uma forma de conhecer algo sem precisar ver concretamente, através do campo abstrato, do campo matemático ou ainda do campo virtual. Neste método, há o risco de se cair em uma mera teorização que simplifica a realidade.

Na segunda metade da vídeo aula, o Prof. Ulisses se preocupa em apresentar três formas criadas para superar esse "pensamento simplificador", que embora tenha sido muito útil nos últimos séculos, de industrialização do mundo, encontra-se defasado.

O primeiro método é a transdisciplinaridade, que enfoca o estudo de temas que extrapolam as fronteiras disciplinares, formando uma nova disciplina com base em algum problema da realidade objetiva.

O segundo método é a multidisciplinaridade, quando diversas disciplinas são utilizadas para estudar determinado fenômeno, sem a necessidade, porém, de diálogo direto entre as disciplinas. Trata-se de uma espécie de soma das disciplinas, sem no entanto, mesclá-las.

Por fim, é apresentada a interdisciplinaridade, que é vista como o modelo a ser alcançado. É quando duas ou mais disciplinas estudam um fenômeno, mas que diferentemente da multidisciplinaridade, há diálogo entre elas. É necessário encontrar um projeto onde haja um planejamento comum entre as disciplinas, nesse aspecto também supera a transdisciplinaridade, porque embora busque alguma questão da realidade, não cria uma nova disciplina, mas promove um estudo concomitante de diversos aspectos disciplinares, superando também o pensamento simplificador.

Observação: a vídeo aula está com áudio muito mais baixo que as demais e esse fato dificultou a concentração.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

4: A escola e a construção de valores

O cerne desta videoaula aponta que, apesar de ser importante que a escola introduza em seu currículo aspectos de formação da cidadania, isto não é o suficiente se os professores trabalharem os seus conteúdos ao método tradicional.

É necessário trabalhar a construção de valores cotidianos. Um documento sugerido como referência de quais valores devem ser desenvolvidos é a Declaração dos Direitos Humanos. A partir daí, o Professor Ulisses defende que a construção de valores em sala de aula exige uma metodologia ativa, em que os alunos tenham participação, priorizando diálogo, respeito entre alunos e com o professor semeando uma convivência democrática.

O papel ativo do aluno se encontra também em levar o aluno para buscar informações em espaços do "mundo real" que tenham relação com os conteúdos que ele vê em sala de aula, criando um sentido para que aquilo que ele aprende na escola fomente valores em sua personalidade.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

3: O juizo moral na criança

O professor Ulisses utiliza nesta videoaula conceitos de Jean Piaget para trabalhar o desenvolvimento das questões morais na criança.

Inicialmente, temos a fase da anomia, quando a criança é totalmente egocêntrica, isto é, voltada para si e sem consciência de que existem regras para viver em sociedade. Tudo para ela gira em torno de suas vontades e necessidades.

Em um segundo momento, é formada a heteronomia. É quando o indivíduo sabe que existem regras, mas não possui consciência das suas razões. Neste caso, ele apenas é coagido a seguir as regras, que possuem como eixo a autoridade dos pais, a ideia de que não pode desagradar um ente querido, ou de que não pode contrariar algum ser divino.

O problema levantado pelo professor Ulisses é que em sociedades autoritárias, a formação moral do indivíduo se encerra aí. Ele aprende a obedecer sem questionar e sem entender a essência das regras. A superação disso, em uma sociedade democrática, está na formação da autonomia, quando o indivíduo conhece as regras e suas motivações e respeita estas regras por legitimá-las, porque sabe da necessidade destas para a vivência em sociedade.

Eis um grande desafio para a escola atual: produzir o estado de autonomia.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

1: As revoluções educacionais

O autor divide a história da educação em três momentos, que são tratados como "três revoluções educacionais".

Na primeira revolução educacional, iniciada com as primeiras civilizações, o ensino é ministrado individualmente aos aristocratas, príncipes, visando prepará-los para o exercício de seus cargos. Embora não seja citado, um caso muito conhecido é de Aristóteles com Alexandre da Macedônia. 

A partir do início de meados do século XVIII, no contexto da consolidação dos Estados nacionais europeus, surge a ideia de educação pública. Entretanto, é voltada para uma elite homogênea, normalmente masculina. É apresentada uma imagem que ilustra o período, com um professor em uma sala com aproximadamente doze alunos, em um ambiente claramente hierarquizado, vertical, onde o docente transmite o conhecimento sem que o aluno tenha voz ativa. É um sistema onde não importa a vivência dos alunos e sim o conteúdo trazido para o professor que deve ser instrumento de homogenização das ideias e dos pensamentos de toda a classe.

Com a democratização da sociedade, na primeira metade do século XX na Europa e em diferentes momentos nas diversas áreas do mundo, o direito a educação vai se universalizando e é aí que a aula sugere uma problematização: aponta que muitos elementos da segunda revolução educacional permanecem vivos e seguem sendo referência para os atuais docentes e gestores da educação. Cabe então reinventar o sistema educacional para que ele esteja à altura de uma sociedade realmente democrática.

O professor Ulisses não aponta a resposta definitiva para o questionamento. De fato, é algo que não há ainda uma solução, talvez existam diversas soluções para cada contexto e esse tem sido o objeto de algumas das discussões nas aulas presenciais.