quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

26: Uh-Batuk-Erê: Uma ação de comunidade

A arte, quando encarada como uma área de alcance da cidadania, pode ser importante para a afirmação de grupos dentro da sociedade.

A aula trata de uma comunidade onde havia baixa auto-estima dos alunos que sofrem com os estigmas sociais, com a condição de pobreza e mesmo com a ideia de que seus valores não são considerados cultura pelo senso comum.

A aplicação de um projeto que oferece a oportunidade de protagonismo aos alunos em atividades artísticas nas quais eles se reconheçam, possam exercer seus valores culturais de maneira que se sintam bem com sua própria identidade, resgatando seu orgulho e seu sentimento de pertencer a sociedade.

Penso que o mote principal desta aula, mas também desta disciplina é que há uma relação forte entre a auto-estima de uma comunidade e o exercício ativo da cidadania por esta.

25: Relações com as comunidades e a potência do trabalho em rede

A comunidade, definida como um espaço de laços sociais mais estreitos e de afirmação de pessoas e grupos com significados próprios é fundamental para o desenvolvimento e da potencialização da cidadania.

É muito comum em nosso país a associação do sistema democrático com o contexto da política nacional. No entanto, o aprimoramento das relações democráticas se faz em pequenas comunidades, na preocupação do indivíduo com o entorno de onde vive. 

O papel da escola deve ser ativo nesse processo e um espaço privilegiado para preparar os jovens para serem participativos, saberem se expressar e fazer valer os seus direitos.

As democracias mais sólidas do mundo dão tanta ou mais importância para as questões do bairro, da comunidade, da vila, do município em relação às questões nacionais. Isso amplia a participação do indivíduo porque ele certamente conhecerá mais do contexto específico de onde vive. 

A participação democrática, contudo, não se ensina, se pratica. É inevitável que a escola tenha relações democráticas e uma educação ativa para os alunos, em que eles se envolvam em projetos que tenham a ver com as necessidades reais do lugar onde vive.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

28: Depressão na infância e adolescência

Os sintomas da depressão nas primeiras fases da vida são perceptíveis mesmo sem um profissional da psicologia. O próprio professor pode notar comportamentos e posturas que podem indicar esse problema e, com o apoio da equipe escolar, encaminhar para o tratamento.

É preciso notar que a depressão tem peso negativo tanto nas relações pessoais do indivíduo, como no rendimento acadêmico e, por isso é necessário que haja um acompanhamento por parte da equipe docente e do psicólogo da escola. Em alguns casos, mesmo profissionais como inspetores devem dispensar atenção ao caso, já que este profissional está mais próximo dos alunos no momento de lazer que é o intervalo.

Registro que a exposição dos sintomas da depressão na infância e adolescência nesta aula foi muito valiosa e me levou a uma reflexão sobre como este tema não pode ser negligenciado. Não é correto manter a carga de pressão ao jovem como se ele fosse um adulto. 

Na educação é necessário refletir a todo momento se aquela estratégia educacional está surtindo algum tipo de efeito e, no caso de um jovem em depressão, se não há um trabalho psicológico que o motive e o recupere, é bastante questionável se aulas terão impacto positivo neste aluno, independente da didática adotada.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

27: Stress e ansiedade na infância e na adolescência

Esta aula trata de um tema que a escola não pode se omitir e precisa lidar com seus aspectos negativos e também positivos.

O stress, mesmo na infância, pode romper os limites da moderação e se tornar uma fonte de sensações ruins como medo, depressão e raiva. A ansiedade pode levar a comportamentos compulsivos, violentos ao choro. 

O aspecto positivo, por outro lado, é a maturidade adquirida. Estar ansioso para uma atividade difícil e desafiadora pode levar a criança a se preparar mais seriamente. O stress, moderado, pode ser administrado de modo que a criança consiga lidar com pressões e se torne mais forte em sua personalidade.

O papel da escola deve ser de tratar dos excessos, que levam às consequências negativas e de fornecer o apoio para a criança e o adolescente. Interessante também é a escola propor atividades relaxantes, em grupo. Talvez uma momento de música calma na educação infantil ou uma atividade sem pressão, que envolva lazer artístico no ensino fundamental e médio. 

É pertinente ressaltar que muitos dos bons resultados artísticos acontecem quando os participantes estão desenvolvendo suas capacidades com prazer, sem a pressão do resultado.

Estas atividades devem ser intercaladas com aquelas ordinárias da vida acadêmica, onde situações desafiadoras devem explorar as potencialidades do aluno. Não há, porém, um nível seguro para lidar com o emocional e portanto, há uma necessidade de a escola manter uma frente de apoio psicológico bem preparada e posicionada.

22: Lazer, juventude e esportes

A aula trata de vários conceitos relacionados com o que seu título propõe. O que me chamou mais atenção foi a ideia do "pedaço", que é um lugar que está entre o espaço público e o privado (a casa). É como um território com valor simbólico para um determinado grupo de jovens.

Para compreender melhor o pedaço, é necessário conceber que o adolescente passa muito do seu tempo buscando sua identidade, como forma de manter sua auto-estima e reagir às transformações que está vivenciando nesta fase da vida. 

Este contexto, faz com que adolescentes adotem estilos que o coloquem em alguma turma, que é chamado na sociologia de "tribo". Esta tribo terá elementos de linguagem, vestimenta e estilo musical próprios e é natural que ocorram rixas entre algumas tribos. 

Excetuando extremos como violência e drogas, as tribos possuem um efeito positivo na socialização do jovem, que desenvolverá inteligência emocional para lidar com as regras de convivência, com as relações hierárquicas e os valores daquele grupo.

E é então que entra o pedaço. Este é o território por excelência identificado com a tribo. É onde estes jovens normalmente se reúnem e, mesmo se for em um espaço público, ele se sentirá como se tivesse alguma ligação especial com o local, que terá, para ele, um fator de aconchego e fonte de lembranças importantes entre ele e os outros membros da tribo.

A escola deve estar perceber que o pedaço pode até mesmo ser algum espaço em seu interior e deve respeitar isso. Deve sempre estar atenta a drogas e violência, mas no geral deve permitir a formação e o desenvolvimento das tribos. A direção deve reconhecê-las como representações genuinamente juvenis, despindo-se de preconceitos e da mania conservadora de querer padronizar tomando a si como referência a juventude e por consequência, a humanidade.

21: Lazer, cultura e elementos comunitários

O lazer, de acordo com a aula, constitui-se de um momento que envolve descanso, divertimento e desenvolvimento. Ele pode ter interesses intelectuais, artísticos, manuais, sociais, físico-desportivos e turísticos. Embora a aula não ressalte, penso que um momento de lazer pode conjugar dois ou mais tipos de interesse.

A aula passou então a tratar de uma temática interessante: as formas de lazer acessíveis a cada tipo de comunidade ou cultura variam e muitas vezes algum tipo de lazer faz muita falta em algum bairro, especialmente se ele for pobre. Isso faz diferença porque por meio do lazer, não existe somente divertimento e descanso, mas o desenvolvimento pessoal, que pode levar o indivíduo a obter interesses e valores que serão positivos em momentos profissionais ou estudantis.

A escola pode fazer a diferença nesse ponto e, projetos como Escola da Família possuem resultados positivos, que poderiam ser ainda bem melhores se o Governo tratasse o projeto de forma qualitativa ao invés de priorizar quantidade. Não cabe, porém, dissertar sobre isso, já que não tenho elementos que embasam uma análise mais profunda.

Penso, sobretudo, que a escola pode servir à comunidade e aos seus próprios membros com momentos de lazer e é uma interessante forma de integrar professores, funcionários e alunos, mas também estes com a comunidade.

Certamente esta interação afetará positivamente a dimensão afetiva dos indivíduos, criando um vínculo maior da comunidade com a escola e um respeito entre professores e alunos, oriundo do fortalecimento dos laços e da admiração que os docentes podem suscitar nos educandos.

24: Mídia e comportamento

A aula apresenta um ponto de vista conservador à respeito da mídia e sua influência comportamental. Na verdade, alguns de seus argumentos me parecem contraditórios ou mesmo frágeis.

1 - Ao tratar da aparição de conceitos de sexualidade na mídia, está posto que, enquanto a mídia faz referência ao sexo, ela cada vez mais substitui os pais na educação sexual. Penso que, aqui, não cabe censurar a mídia, mas conscientizar os pais e a escola a tratarem do tema.

Em outras aulas, com assuntos também polêmicos, como drogas, sempre se defende que se transmita informações verdadeiras, conscientizando o jovem. Penso que, se este adolescente, no momento da educação sexual, já tiver pré-requisitos de informação, não há problema. Ou será que a mídia só deve tratar de temas fantasiosos?

2 - A televisão e seus complementos, como videogame e música (MTV, por exemplo), são apresentados sob a forma de distrações que fazem a criança e o adolescente gastarem menos energia. No entanto, a música conduz ao interesse pela dança e os videogames atuais exigem enorme esforço físico, como o sistema Kinect do XBox e o Nintendo Wii.

3 - A mídia faz referência à violência, sem apresentá-la como risco, foi o que argumentou a aula. Por outro lado, uma forma de entretenimento que atrai a atenção do jovem em casa, em realidade o expõe muito menos à violência na rua. Um dos principais conceitos do nosso Curso, é que os valores se aprendem na prática e não com o jovem como espectador. Então para quê cercear o jovem como tele-espectador?

Cabe a educação escolar e familiar transmitirem valores aos jovens e não culparem a mídia e o entretenimento. Chega a ser confuso escutar, nesta aula, que a mídia deve ser relacionada com a realidade, mas ouvir a reclamação de que a mídia mostra cenas de violência.

A aula tem um viés autoritário, que faz apologia da censura e que, na falha da educação escolar, quer encontrar na mídia um bode espiatório. 

23 : Uso de substâncias psicoativas

Por muito tempo não consegui formular uma opinião sobre o assunto, porque a forma como a sociedade vê as substâncias psicoativas se modificou ao longo da história e algumas substâncias são lícitas e de fácil acesso aos meios publicitários, enquanto outras são ilícitas e tabu em muitos lugares.

Ainda não posso dizer que estou cem por cento certo e convencido, mas algumas posições me parecem mais claras:

As drogas, tanto lícitas quanto ilícitas, devem ser um tema abordado na escola. Seus efeitos devem ser discutidos com informações verdadeiras. Acontece que não é simples fazer isso, porque muitas vezes o aluno que está em um ambiente vulnerável ao uso de substâncias psicoativas não dará atenção aos previsíveis sermões de professores e diretores escolares. 

É necessário utilizar a linguagem do aluno sem a intenção de dogmatizá-lo, mas sim de conscientizar com informações e fazer com que o adolescente conheça os riscos e não caia em situação de dependência. 

O usuário de drogas não deve ser tratado com preconceito ou como alguém com problemas de caráter. É preciso que os profissionais da educação percebam que existem diversos graus de dependência, que exigem diferentes tipos de tratamento, desde a conversa e a conscientização, até o caso mais grave que envolve a psiquiatria.

Alguns alunos herdam de irmãos mais velhos, de pais a ideia de que é necessário se alterar com o álcool, para se divertir. Penso que o discurso, nesse caso, deve apontar que, o maior de idade pode beber moderadamente, mas que é perfeitamente possível se divertir sem beber ou sem fumar.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

18: A valorização da cultura corporal da comunidade no currículo escolar

O conceito de cultura corporal, como mencionado na aula, é bem amplo. No contexto que precisamos, ou seja, da criança e do adolescente, ele abrange brincadeiras, esportes, estilos de estética, sinais corporais, música, dança, etc.

Dentro de uma mesma escola ou até mesmo de uma classe, há uma variedade cultural corporal muito grande. Se  escolhermos só o fator musical, há os que preferem forró, funk, rock, pagode e cada um deles traz consigo uma carga estética, danças próprias e apontam para outros fatores da cultura não corporal.

Por outro lado, alguns fatores da cultura corporal dependem da habilidade do indivíduo e seu desenvolvimento físico. Existem aqueles que se saem melhor em brincadeiras que envolvem corrida, outros são melhores cantando, dançando, ou possuem coordenação para skate, surf, ou ainda possuem um perfil mais voltado para jogar damas, dominó, xadrez, etc.

Com crianças, durante o ensino fundamental, são comuns jogos e brincadeiras propostos pelo professor de educação física como "corre cotia", "queimada", "mãe da rua", entre diversas outras que qualquer pessoa que estudou no Brasil conhece. O ponto é que estas brincadeiras levam em conta algumas habilidades em detrimento de outras e que, se forem muito repetidas podem desenvolver um conceito que pode ser chamado de Daltonismo Cultural.

Sendo a cultura corporal, como aponta a aula, uma gama de cores muito diversa, o daltonismo cultural é o ato de privilegiar somente algumas práticas e valorizar somente aqueles alunos que são melhores nela. As brincadeiras devem ser variadas e permitir ao indivíduo desenvolver suas habilidades de forma equilibrada, mas respeitando sua particularidade. 

Não se pode existir que todos sejam ao mesmo tempo especialistas em esportes com bola, desprezando aqueles que não o são. Se o currículo for diversificado, alguma prática corporal encontrará o perfil de cada aluno.

Por final, ainda não tenho um ponto de vista fechado sobre o tema. A educação física é uma área que não conheço tão bem. No entanto, creio que a teoria do daltonismo cultural se aplicam aos outros aspectos culturais e educacionais.

20: Bullying

Embora muito bem organizada, essa aula é muito redundante com a aula 28 do módulo anterior, portanto não há necessidade de discorrer novamente sobre os aspectos básicos do assunto e é mais valioso partir para uma reflexão sobre como este fenômeno é encarado na sociedade brasileira.

O bullying não é um fato recente, ele é histórico e decorre de um acirramento perigoso do estranhamento entre pessoas de diferentes etnias, valores culturais, religiosos ou grupos econômicos. É preciso colocar que a reação de estranhamento é normal, o choque de identidades é inevitável e ao ir para uma nova escola, a criança vai se deparar com outras com características que ela nem imaginava existir.

Paralelos históricos seriam o encontro entre europeus com povos nativos da América, Ásia e África na época das grandes navegações. Naquela época não existia a noção de democracia e de respeito e por isso, o encontro se desenvolveu com violência e dominação. Não seria isso, em grande escala, a mesma reação entre os jovens que discriminam e praticam bullying com aqueles que consideram diferentes?

A escola então tem o papel de propagar valores de respeito às diferenças e a pluralidade. Deve ensinar que é mais enriquecedor conhecer várias narrativas do que impor a sua verdade. 

Considerando que há algumas décadas não havia qualquer preocupação com o bullying por parte das autoridades e dos profissionais da educação, podemos dizer que o Brasil vem evoluindo neste aspecto. 

Tomando um exemplo muito significativo na vida do adolescente que está se descobrindo, hoje é perceptível que o jovem que não é heterossexual se sente mais à vontade para expor sua condição aos colegas, muito embora não possamos fechar os olhos para casos de violência que persistem, mas que cada vez mais são enxergados como abomináveis pelo senso comum. 

A escola, deve agora, saber separar tecnicamente o que é o bullying, para que possa tratar de casos sérios sem que se torne excessivamente tolhedora do caráter jovial e espontâneo da criança e do adolescente. O que isso quer dizer?

Brincadeiras, às vezes até de mal gosto, provocações e rivalidade provavelmente sempre existirão, claro que dependendo do teor, devem ser passíveis de advertência ou punição para não desencadear um caso de violência. No entanto, o bullying, estritamente falando, é mais complexo do que uma provocação isolada ou uma brincadeira de mal gosto.

Para ser considerado bullying, é necessário que seja praticado contra alguém indefeso, seja por fraqueza física, seja moralmente, por não ter o apoio dos outros colegas e é praticado de forma contínua, causando até um trauma ou deixando a criança complexada. Este é o caso que a escola deve tratar com a maior preocupação. Não deve o professor ser testemunha inerte e nem a direção entender que há apenas um desentendimento ou "uma briguinha" que se resolve chamando os pais e conversando uma vez.

Quando se chegar a conclusão de que se trata de bullying, o setor psico-pedagógico da escola deve entrar em ação trabalhando tanto com o lado agressor como com a vítima. Seu discurso, com o primeiro, deve ser de propagar o respeito, o sentimento de culpa e conscientização e com o segundo, trabalhar sua auto-estima, sua confiança.

Não acredito em soluções artificiais tão comuns como obrigar o agressor a pedir desculpas, independente de sua vontade, ou de forçar a situação, obrigando agressor e vítima a fazerem atividades no mesmo grupo ou dupla. É uma atitude inconsequente, que pode tanto dar certo, quanto acirrar ainda mais o estranhamento e levar a uma intensidade maior de violência.

17: Transformações sociais, currículo e cultura

A aula mais densa até aqui. Não cabe resumir todos os conceitos trabalhados, mas sim passar minhas impressões sobre o que despertou mais significados para minha experiência profissional. 

A escola dos dias atuais recebe um público que há algumas décadas não estava presente. A noção de democratização da educação em nosso país é bastante recente e esse fenômeno nacional deve ser estudado de forma conjugada com a globalização.

A educação no Brasil teve uma frequente expansão conforme avançava a industrialização e o êxodo rural em nosso país. Contudo, esse tipo de educação tinha uma ligação estreita com o mundo do trabalho, sua função era adaptar o novo morador das cidades ao trabalho industrial ou mesmo na área de serviços que ia se formando no entorno das regiões industrializadas.

A partir da democratização do Brasil, nos anos 80, tivemos o marco da Constituição Federal de 1988, em seu artigo 207, que trata da universalização do acesso à educação, com emendas ao longo das últimas décadas que expandiram esse direito até o Ensino Médio. 

A mesma Constituição e posteriormente a Lei de Diretrizes e Bases (1996) formaram uma concepção educacional voltada para a cidadania e o respeito à pluralidade, valores consolidados enfim nos Parâmetros Curriculares Nacionais, também dos anos 90.

Essa nova ideologia educacional se propaga em um momento em que o público que acessa a escola é muito mais plural que nas décadas anteriores, gerando um choque de valores em que não é raro que professores mais conservadores façam apologia da educação tradicional e autoritária. 

Professores conservadores entendem que educação é ordem, mas a educação é conflito: o amadurecimento se faz na experiência prática, o aprendizado não é pacífico, é marcante, por vezes polêmico, mas necessariamente chamativo. 

Se o aluno de quase um século atrás era preparado para viver em uma sociedade provinciana, em que seus conhecimentos objetivos seriam úteis em alguma profissão, o aluno de hoje deve ser preparado para lidar com uma sociedade mundial, com diferentes códigos acontecendo ao mesmo tempo e com consciência crítica para ter opinião sobre os temas do entorno do seu bairro até assuntos mundiais como meio ambiente, democracia, etc.

Além de tudo isso, o acesso cada vez menos censurado a informação leva a tona assuntos que antes eram tabu. A sexualidade, drogas, violência, são assuntos cada vez mais próximos do jovem e a escola não pode se esquivar. Deve agir como orientadora, informando, mas tomando o cuidado de respeitar as diferenças culturais e de não propagar preconceitos. Para que a escola consiga ter esse papel, porém, é preciso, infelizmente, que a formação dos docentes seja muito aprimorada... 

19: Violência nas escolas

A conduta violenta na escola não deve ser vista como um fator espontâneo por parte do aluno. A maneira de combater não é pela repressão pontual. Em vez disso, devemos buscar suas causas e muitos estudos foram desenvolvidos sobre isso nas últimas décadas. Discorro aqui sobre alguns fatores que entendo serem relevantes.

1 - Os sonhos da adolescência: É preciso notar que a adolescência é um momento crítico na vida do ser humano por ser um período de mudanças e transformações. As escolhas feitas nessa época podem definir o caminho traçado para o resto da vida e percebemos que o aluno sente isso. Para muitos, é o momento culminante para as ilusões da infância - enquanto uma criança diz que quer ser jogador de futebol, astronauta, etc, um adolescente muitas vezes tem em mente que deve procurar um emprego ou pensar seriamente em um curso técnico ou superior. Por outro lado, é um momento de sonhos e ambições reais, quando o dinheiro e a sexualidade começam a pesar mais e estes são aspectos que levam a um senso de competição muito grande.

Nm todos terão acesso ao dinheiro, qualidade de vida ou mesmo a perspectiva de futuro de um estudante universitário. Desta forma, o aluno que começa a ser excluído desde o ensino médio dos caminhos mais desejados, esta na faixa de risco, daqueles mais propensos a cair no mundo da marginalidade e da violência.

O prestígio que aquele jovem não consegue por meio dos estudos - e aí não cabe só sua capacidade cognitiva, mas a estrutura da família, condições sociais , etc - ele compensará com valores de violência, do glamour do crime, de ser respeitado por ser temido nos arredores de onde vive. Essa análise cabe principalmente aos jovens do sexo masculino, para os quais a obtenção do respeito é importante para sua auto-afirmação.

2. Consequências da infância: A violência sofrida na infância, realizada por seus responsáveis, por uma criação autoritária, tende a criar uma mentalidade também autoritária quando aquela criança crescer. 

A violência e o comportamento mais autoritário dos pais é mais comum em famílias pobres, que estão mais propensas a se tornarem desestruturadas pelos problemas sócio-econômicos como desemprego, trabalho infantil. 

Outros fatores são muito discutíveis, como a influência da mídia ou da industria do entretenimento. Particularmente não acredito que estes fatores tenham peso no comportamento violento porque não há evidências disso, embora seja importante continuar com estudos e pesquisas na área. Além disso, acredito ser contestável a ideia, dita por conservadores, que a violência está crescendo no mundo e finalizo com um artigo do jornal Folha de São Paulo que ilustra algo que penso:


Mundo nunca foi tão pacífico, diz cientista
(Artigo extraído do jornal Folha de São Paulo, 20 de outubro de 2011)

Livro de psicólogo evolucionista afirma que todas as formas de violência, inclusive o terrorismo, estão em queda

Homicídios, guerras e crueldade com animais também estão em queda e isso ocorre desde o século 16, segundo obra 

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE

Faz pelo menos 500 anos que o mundo está se tornando um lugar cada vez mais seguro para se viver, e a raça humana nunca foi tão pouco violenta. Ataques terroristas e guerras civis são meros soluços estatísticos numa paz que nossos ancestrais achariam quase impensável.
Duro de engolir, certo? Pois os números reunidos por Steven Pinker, 57, psicólogo evolucionista da Universidade Harvard, são difíceis de refutar. Todas as formas de violência estão em declínio, das guerras à crueldade com animais, e em alguns casos a queda já dura séculos, diz ele.

Pinker, pop star científico que aprecia os temas polêmicos, apresenta um resumo de seus argumentos em artigo de opinião na edição de hoje na revista científica "Nature". São ideias tiradas de seu novo livro, "The Better Angels of Our Nature" (ainda sem edição no Brasil).

ANJO BOM

Conforme o título do livro sugere, Pinker argumenta que os "anjos bons [literalmente, melhores] da nossa natureza" estão vencendo a disputa pela alma humana.
"As histórias da Antiguidade estão cheias de conquistas gloriosas que hoje seriam classificadas como genocídios. Fulano, o Grande e Sicrano, o Grande seriam processados como criminosos de guerra", brinca o cientista. E não se trata só da Antiguidade. O registro arqueológico e os estudos sobre povos indígenas atuais mostram que esse negócio de bom selvagem não existe, diz Pinker.

Mais precisamente, esses povos cometem centenas de vezes mais homicídios do que os europeus do século 21, e cerca de 20% das pessoas nessas sociedades morrem em guerras, afirma ele. O bioantropólogo Walter Neves, especialista da USP que estuda os primeiros habitantes da América, concorda. "A guerra, seja entre caçadores-coletores, seja entre horticultores [agricultores primitivos], é crônica e endêmica", afirma ele. No caso de povos pré-históricos, "é preciso tomar um pouco de cuidado porque a agressão entre eles, como bordoadas, deixa marcas no esqueleto que a nossa muitas vezes não deixa, então é difícil fazer a comparação", diz.

BRAÇO FORTE
A primeira queda na pancadaria teria vindo com o fortalecimento dos Estados, em especial as monarquias europeias, a partir do século 16.

Com o rei abarcando o poder absoluto e os nobres (que costumavam guerrear entre si) na coleira, a violência desregrada saiu de cena, já que atrapalhava a centralização de poder e riqueza desejada pelo monarca. Segundo motivo de queda da violência, segundo Pinker: a invenção da imprensa, barateando a circulação de ideias, e o Iluminismo resultante desse processo. 

Os pensadores iluministas, com sua ênfase no debate racional e sua redescoberta das ideias democráticas, dominaram o universo intelectual europeu, debatendo todos os temas tabus e defendendo os direitos de plebeus, minorias, mulheres e até animais. O debate iluminista acabou levando ao lento porém crescente predomínio da democracia como regime de governo, o que também diminuiu guerras -é muito raro que uma democracia declare guerra contra outra. E o avanço do comércio internacional tornou os países cada vez menos interessados em guerrear por riquezas, diz ele. 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

14: A cartografia e a representação dos lugares

Esta foi uma das aulas mais sugestiva para se tratar com a pedagogia de projetos. Por meio dela, notamos como o entorno pode conter símbolos representativos para os alunos e para a comunidade.

Em primeiro lugar, não se deve ver o mapa como algo objetivo, meramente a ser copiado. A concepção de mapa deve ser como um texto gráfico, onde o que é elencado para fazer parte é aquilo que o autor considera relevante. O mapa da lista telefônica mostra apenas as ruas e os quarteirões, já o mapa original de um aluno pode conter uma determinada padaria, a casa de um amigo, um espaço de lazer, o shopping, etc.

A confecção de mapas por alunos na escola deve ser vista como tarefa pedagógica, de desenvolvimento das ideias e da identidade cultural, não como um empreendimento empresarial, frio e sem subjetividade. O resultado será aos docentes, literalmente um mapa do que chama a atenção dos alunos, do que desperta seu interesse.

13: Educação Geográfica, estudo da cidade e o uso da cartografia

Esta aula procura expandir o olhar da escola, para que a cidade seja vista como um espaço onde a aula pode ocorrer com maior sucesso até que a sala e que seus muros internos.

Para isso, é preciso decodificar a cidade, suas relações internas, suas instituições, as características próprias e culturais. Todos estes símbolos e códigos podem despertar a curiosidade do aluno e abrir problemáticas a serem trabalhadas pela equipe docente em uma pedagogia de projetos.

O currículo, então, supera os limites do espaço escolar, a relação dos conteúdos com a realidade e com o interesse prático dos alunos terá um peso definitivo e a aula deixará de ser tradicional.

Refletindo um pouco, chega-se a conclusão de que para que isso ocorra, não pode ser a ação de um professor sozinho, e nem da direção sem os pré-requisitos do corpo docente. É necessário que toda a equipe pedagógica se volte para esta ideia e somem forças, trabalhando em grupo, porque aspectos como a segurança dos alunos e  a ordem lógica dos procedimentos científicos não se percam.

É importante levar os alunos para além do espaço físico da escola, porém é indispensável que isso se faça com preparo. Uma escola em que isso for feito de qualquer jeito, levará a projetos que os alunos não entendem bem o sentido, ao desânimo dos docentes, que ficarão descrentes e até mesmo a segurança dos alunos, nas ruas, longe do conforto das salas de aula, serão fator de risco.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

16: Sexualidade e prevenção de risco

Para haver prevenção, é preciso que ocorra conscientização, informação. O adolescente conhecerá seu corpo pelo instinto e até a fase adulta poderá realizar relações sexuais sem que ninguém o diga como se faz. No entanto, a prevenção só virá se ele souber a importância.

A aula defende, e eu concordo, que a escola ensine sobre as DST's, sobre métodos anticoncepcionais porque não é por meio destas informações que o adolescente fará sexo, devemos entender que pode até ser o contrário: o jovem não se envolverá em situações sexuais potencialmente arriscadas, como transar sem o uso da camisinha.

15 : Sexualidade na escola

Essa aula trata de como se desenvolve a sexualidade desde a infância. É um tema que tem muita relevância na vida do adolescente porque desperta com frequência sua atenção e normalmente se coloca no centro de seus desejos.

Uma parte interessante da aula mostra que na adolescência, a pessoa perde a identidade, o corpo e os pais de sua infância. As transformações no corpo geram uma instabilidade e insegurança que demandam uma auto-afirmação. A família deixa de ser o centro de sua vida social em favor dos amigos da mesma idade, com quem este jovem se identifica. É neste momento que com maior facilidade surgem as primeiras relações amorosas do indivíduo.